Voto no exterior pode ser decisivo nos EUA; como funciona a votação?

Com disputa acirrada, campanhas eleitorais dos EUA miram os cerca de 6,5 milhões de eleitores aptos no exterior. Esses eleitores utilizam um sistema de cédulas por correspondência para participar do processo eleitoral.

O que aconteceu

Militares e cidadãos dos EUA que vivem no exterior votam por um sistema de cédulas enviadas por correspondência. Desde 1986, a lei conhecida como UOCAVA (Uniformed and Overseas Citizens Absentee Voting Act) permite que militares e civis americanos fora do país votem para presidente e para o Congresso. Esse sistema garante que o voto seja acessível, independentemente da localização, e é amplamente apoiado por organizações como a Overseas Vote Foundation, que oferece suporte e orientação ao eleitor.

O processo começa com a solicitação da cédula. Para participar, o eleitor deve preencher anualmente o FPCA (Federal Post Card Application), um formulário que registra o eleitor e solicita a cédula. Esse processo é digital, com opções de envio via e-mail, fax ou correio, e deve incluir o último endereço de residência do eleitor nos EUA, que define o estado e condado para os quais o voto será contado, conforme detalhado pelo FVAP (Federal Voting Assistance Program).

Caso a cédula oficial atrase, há uma alternativa. Se o eleitor não receber a cédula até 30 dias antes da eleição, ele pode utilizar o FWAB (Federal Write-In Absentee Ballot), que funciona como um voto de emergência. Isso assegura o direito ao voto, mesmo com atrasos, e é recomendado pela Overseas Vote Foundation para garantir que o voto seja contabilizado.

Embaixadas e consulados americanos também auxiliam os eleitores no exterior. O Departamento de Estado dos EUA oferece suporte por meio das embaixadas e consulados, que orientam o processo, ajudam com o envio das cédulas e disponibilizam os formulários FPCA e FWAB. Em alguns estados, é possível enviar a cédula eletronicamente, mas essa opção depende das leis locais.

Votos significativos

Esses votos são cada vez mais significativos nas eleições americanas. Segundo Bruce Heyman, ex-embaixador dos EUA no Canadá durante o governo de Barack Obama, existem cerca de 6,5 milhões de norte-americanos vivendo fora do país e aptos a votar. A última contagem é de 2016.

Neste ano, o Comitê Nacional Democrata estima que cerca de 1,6 milhão dos votos de norte-americanos expatriados poderão ser decisivos em estados-chave para a campanha presidencial. Entre esses estados estão: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin. A Carolina do Norte também voltou ao radar da campanha de Kamala Harris, reforçando o foco do partido nos votos internacionais para tentar garantir uma vantagem nas disputas mais acirradas.

As campanhas eleitorais intensificam esforços para captar esses votos. O Comitê Nacional Democrata, por exemplo, investe no Democrats Abroad para registrar eleitores em regiões como Paris e Tóquio, promovendo anúncios nas redes sociais e reforçando a importância de cada cédula em eleições apertadas.

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Para quem precisa de mais informações ou está perdido no processo: o Federal Voting Assistance Program (FVAP) é uma fonte fundamental. Eles possuem um guia detalhado e ferramentas que orientam sobre os requisitos e prazos de cada estado, acessível pelo site fvap.gov.

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