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Klein: baixa popularidade de Biden atrapalha mais Kamala do que a misoginia

A candidata presidencial democrata e vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e o presidente dos EUA, Joe Biden, na Convenção Nacional Democrata em Chicago Imagem: Kevin Lamarque/Reuters

Do UOL, em São Paulo

05/11/2024 22h57

A baixa popularidade do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, atrapalha mais a candidatura de Kamala Harris do que a própria misoginia — o ódio ou aversão às mulheres —, conforme avaliação da jornalista Amanda Klein. A declaração ocorreu durante participação no UOL News Especial desta terça-feira (5).

Acho que a gente não pode, claro, subestimar nem desprezar o grau de misoginia, de preconceito, de racismo que tem no discurso e na retórica do Trump, que acaba fazendo alusão e atraindo vários desses homens. Mas acho que, sobretudo, o que penaliza a campanha da Kamala é, primeiro, a economia e a impopularidade do governo Biden.
Amanda Klein sobre Kamala Harris

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O índice de aprovação do presidente Joe Biden chegou aos 36%, em maio, o menor índice em dois anos, segundo o levantamento feito pela agência Reuters/Ipsos.

A vice-presidente entrou na corrida eleitoral apenas em agosto, quando o partido decidiu substituir Biden, que tentava a reeleição à Casa Branca, em decorrência do fraco desempenho no primeiro debate. Ela aceitou o desafio e, desde então, passou a ser titular da chapa democrata.

Em entrevistas recentes, ela [Kamala Harris] titubeou, hesitou muitas vezes em dizer o que faria diferente de Biden. O fato é que apesar de você continua crescendo na economia.

É um ritmo mais veloz do que qualquer outra grande economia do planeta. Japão, Reino Unido, todas as economias europeias, está caminhando para o que eles chamam de 'soft landing', que é um pouso suave. O desemprego está na menor taxa, no menor índice nos últimos 50 anos. Os salários estão um pouco abaixo na média salarial do que quando o Biden assumiu. Mas, mesmo assim, por que ele não consegue capitalizar na economia? E a resposta mais provável está na inflação. Você tem um desânimo geral dos consumidores, que sentem na hora de irem às compras.

Então, eu acho que o que penaliza a Kamala é, principalmente, a economia. Eu não diria que é o fato de ela ser mulher, embora, de novo, a gente não possa desprezar essa misoginia que existe no discurso Trump. E se ela não levar essa eleição, aí eu começo a me preocupar com o comparecimento das mulheres às urnas.
Amanda Klein

Imagem: Arte/UOL

O que você precisa saber

Nos Estados Unidos, o presidente não é eleito diretamente: os eleitores escolhem os representantes do colégio eleitoral (delegados) de seus respectivos estados. Na prática, o partido que vence em cada estado ganha um determinado número de "pontos", representados pelos delegados.

O candidato recebe todos os votos do estado, independentemente das porcentagens. Ou seja, se a votação ficar 51% a 49% em um estado com dez delegados, o candidato que teve mais votos levará os dez representantes.

É possível que um candidato receba a maioria dos votos populares, mas perca a eleição. Em 2016, por exemplo, Donald Trump teve quase três milhões de votos a menos do que Hillary Clinton, mas foi eleito porque somou 306 delegados. A mesma situação aconteceu nas eleições presidenciais de 1824, 1876, 1888 e 2000.

A Califórnia, Texas e Flórida são os que valem mais: são 54, 40 e 30 delegados respectivamente. Seis estados (Alasca, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Delaware, Vermont e Wyoming) e a capital Washington são os que têm menos delegados, com três cada um.

Os estados de Maine e Nebraska são os únicos que fogem à regra, usando o método do distrito congressional. Neste caso, os estados indicam dois votos de delegados para o vencedor no estado todo e mais um delegado para o vencedor em cada distrito.

Candidatos disputam os chamados estados roxos ou estados—pêndulo, que oscilam entre democratas e republicanos, os maiores partidos. É onde não há uma preferência definida entre os partidos.

  • Michigan
  • Nevada
  • Pensilvânia
  • Wisconsin
  • Arizona
  • Geórgia
  • Carolina do Norte.

A Flórida já foi um estado roxo, mas, na última eleição, passou a ser considerado com uma tendência republicana.

O voto não é obrigatório, diferentemente do Brasil. os norte-americanos podem se abster de votar, e pessoas a partir dos 18 anos estão aptas a participar.

Assista ao UOL News Especial - Eleição nos Estados Unidos

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