Trump vota e diz que reconhecerá derrota 'se eleições forem justas'
Do UOL, em São Paulo
05/11/2024 13h45Atualizada em 05/11/2024 15h58
Donald Trump votou na tarde desta terça-feira (5) na Florida, enquanto Kamala Harris depositou o voto no correio. Os dois disputam a Presidência dos Estados Unidos em uma eleição acirrada, na qual pesquisas apontam empate.
O que aconteceu
Trump diz que reconhecerá derrota 'se eleições forem justas'. "Se eu perder uma eleição, se as eleições forem justas, eu seria o primeiro a reconhecer isso. Até agora penso que têm sido justas", declarou Trump à imprensa após votar na Flórida.
Ex-presidente votou em West Palm Beach, na Flórida. Ele chegou ao local acompanhado da esposa, Melania Trump, e afirmou que está confiante na vitória.
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Donald Trump
O republicano disse que não se arrepende de nada do que fez na campanha. Trump também classificou a atual corrida eleitoral como a melhor das três campanhas que participou.
"A gente sempre pode se arrepender de uma coisa ou outra, mas não consigo me lembrar de nada agora que me arrependa, foi uma excelente campanha, talvez a melhor das minhas três campanhas. Fomos bem na primeira, melhor na segunda, mas alguma coisa aconteceu, e acredito que esta tenha sido minha melhor campanha", afirmou.
Ele voltou a criticar as urnas eletrônicas e defendeu as cédulas de papel. Trump declarou que a demora na contagem dos votos é resultado do uso das urnas eletrônicas. "Eles gastaram este dinheiro em máquinas", citando as eleições francesas como um exemplo de eleições rápidas.
O ex-presidente dos EUA afirmou que o resultado da eleição não deve sair hoje. "Estou vendo que em alguns estados temos uma grande vantagem, mas ainda não teremos um resultado final hoje". "Temos que corrigir as coisas, tem crime acontecendo por todas as partes, com estrangeiros invadindo o nosso país, vindo de prisões, 13.000 pessoas condenadas por assassinato, isso não é algo que a gente precisa no nosso país", acrescentou.
Trump afirmou que seus apoiadores "não são pessoas violentas". "Não preciso dizer a eles que não haverá violência. É claro que não haverá violência", disse ele aos repórteres na Flórida.
A candidata democrata fez seu voto por correio. Kamala irá acompanhar a eleição em seu gabinete, em Washington DC.
Há dúvidas se Donald Trump aceitará caso saia derrotado. O candidato republicano jamais admitiu que perdeu de forma justa para Joe Biden em 2020 e manteve o discurso na campanha deste ano. O republicano também declarou à imprensa que essa pode ser a sua última eleição.
Cenário incerto
Kamala e Trump disputam cada voto, e pesquisas mostram empate. Os candidatos aparecem empatados dentro da margem de erro em todos os estados considerados decisivos, os chamados estados-pêndulos. Kamala saiu na frente nas primeiras pesquisas, mas na reta final Trump se recuperou, então ficou difícil prever o resultado.
A grande surpresa dos últimos dias foi o voto feminino no Iowa. Uma pesquisa divulgada no sábado (2) mostra Kamala liderando as intenções de voto em Iowa, impulsionada pelo voto feminino, especialmente de mulheres idosas. Isso seria uma reviravolta no estado tradicionalmente republicano. Em 2016, Trump venceu ali por mais de nove pontos percentuais e, em 2020, por oito pontos. Kamala tem 47% das intenções de voto contra 44% de Trump, segundo a pesquisa Selzer, encomendada pelo jornal Des Moines Register e considerada respeitada e com bom índice de acertos.
O foco dos candidatos é a Pensilvânia. O estado-pêndulo que pode definir o próximo presidente por seu peso eleitoral, representatividade demográfica e eleitorado imprevisível —os outros estados chamados roxos são Michigan, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada. Segundo o U.S. News, dez dos últimos 12 presidentes eleitos venceram na Pensilvânia, reforçando seu papel de "termômetro eleitoral" para a vitória eleitoral. Pensilvânia possui pluralidade demográfica que a torna um "microcosmo" dos EUA.
Campanha foi marcada por atentado a tiro contra Trump. O republicano foi baleado durante comício na Pensilvânia, uma atingiu de raspão na orelha do ex-presidente. Um apoiador acabou morto. O atirador foi morto no local pelo Serviço Secreto.
Kamala entrou na disputa apenas em agosto. O Partido Democrata decidiu substituir o atual presidente, Joe Biden, que tentava a reeleição, em decorrência do desempenho ruim no primeiro debate e em meio a especulações sobre as capacidades do democrata, que tem 81 anos.