OPINIÃO
Tales: Vitória de Trump é recado a Lula para melhorar comunicação
Colaboração para o UOL
06/11/2024 10h24
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos transmite ao governo Lula a necessidade de melhorar sua comunicação, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta quarta (6).
Trump vai voltar à Casa Branca após derrotar a democrata Kamala Harris e conquistar mais de 270 delegados no colégio eleitoral, segundo projeção não oficial, mas historicamente aceita, feita por serviço elaborado por estatísticos a pedido de institutos e meios de comunicação. A vitória foi cravada às 7h32 (horário de Brasília), quando o republicano garantiu 276 delegados.
Há um recado que Trump está passando para Lula e ele precisa entender. Hoje em dia, não é mais só economia; em tempos de internet, é a economia e a comunicação.
Uma frase que Trump usou muito na campanha foi: 'Vocês estão melhores agora do que antes?'. Joe Biden [atual presidente dos EUA] tem uma boa gestão da economia, assim como Lula por aqui, mas ele não conseguiu comunicar isso, assim como Lula também não. Tales Faria, colunista do UOL
Tales ressaltou que o resultado das eleições nos EUA serve como um alerta para Lula na corrida presidencial de 2026: não basta ter bons resultados nos indicadores econômicos, mas também saber comunicá-los à população.
A impressão geral é de que a economia está mal quando todos os índices são bons. Se Lula não cuidar disso e passar para a opinião pública a impressão de que as pessoas estão melhores agora do que antes e não pegar esse recado das urnas dos EUA, corre sério risco em 2026.
Esse é o principal recado para o Brasil dessas eleições americanas: é a economia e a comunicação. Tales Faria, colunista do UOL
Kennedy: Caminho para Bolsonaro voltar como Trump é bem mais espinhoso
Embora tenha celebrado a vitória de Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos, Jair Bolsonaro tem um trajeto mais difícil do que o percorrido pelo republicano para se livrar de suas questões com a Justiça e voltar a ser um protagonista político, analisou o colunista Kennedy Alencar.
A vitória de Trump dá discurso para Bolsonaro escrever e falar o que está falando. No entanto, para infelicidade dele, o caso de Bolsonaro não está nas mãos de Deus e nem do eleitor, mas da Justiça. Ele tem uma condenação na Justiça Eleitoral e está inelegível. A Suprema Corte e a Procuradoria-Geral da República tramitam inquéritos sobre os atos golpistas de 8/1. A situação dele é completamente diferente.
A legislação americana permitia que Trump, mesmo com uma condenação em Nova York, pudesse ser candidato. A Suprema Corte dos EUA lhe deu uma espécie de salvo-conduto. São situações completamente diferentes.
O Brasil não é uma república de bananas. O Supremo e o Tribunal Superior Eleitoral serão barreiras para essa tentativa do Bolsonaro de embaralhar as coisas para fazer sobre o Congresso para aprovar uma anistia. Ele diz que é para diminuir a pena 'daqueles pobres coitados que foram fazer uma arruaça', o que é uma mentira. Tem gente comprando esse discurso na base congressual para incluir uma anistia dele.
O caminho para Bolsonaro ter uma volta como a do Trump é muito mais espinhoso. Depende de uma anistia no Congresso que será analisada pela Suprema Corte, e isso é inconstitucional. Esse caminho está bloqueado para Bolsonaro. Kennedy Alencar, colunista do UOL
Assista ao comentário na íntegra:
Jamil: Medidas de Trump podem elevar inflação nos EUA e afetar Brasil
Os planos de Donald Trump para a economia dos Estados Unidos podem causar a alta da inflação no país e respingar no Brasil, disse o colunista Jamil Chade.
As medidas planejadas por Trump para a economia americana são inflacionárias. A ideia é proteger o mercado, colocando tarifas contra produtos estrangeiros. Quando se faz isso, as mercadorias de fora não têm como entrar ou entram com preço mais elevado e, claro, existe um acréscimo nos preços internos.
Sim, isso é considerado como potencial fator de inflação nos EUA. Se isso acontecer, sabemos que o FED [Federal Reserve, banco central dos EUA] terá que agir e elevar a taxa de juros. Se o FED elevar a taxa de juros, sabemos o que acontece no Brasil. Jamil Chade, colunista do UOL
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