ONG protesta contra corrupção com notas gigantes de dólar antes do G20
Do UOL, em São Paulo
15/11/2024 20h35Atualizada em 15/11/2024 20h41
A ONG Transparência Internacional-Brasil realizou um ato nesta sexta-feira (15), no Rio de Janeiro, às vésperas da Cúpula de Líderes do G20, para protestar contra a corrupção.
O que aconteceu
Seis parapentes sobrevoaram a capital fluminense, estampados como notas gigantes de US$ 100. "Quão óbvia deve ser a corrupção antes de se tornar uma prioridade do G20?", diz o texto de uma bandeira estendida na Praia da Barra da Tijuca.
A ONG afirma que os líderes que participarão da cúpula falham em discutir a corrupção. "Há anos esses mesmos líderes falham em colocar a corrupção no centro de suas discussões, o que acaba enfraquecendo todos os outros temas abordados", diz um trecho de um post no Instagram.
"Nossa missão é tirar a corrupção das sombras, queiram os poderosos ou não", acrescenta. A Transparência Internacional divulgará um vídeo sobre a campanha na segunda-feira (18), primeiro dia da Cúpula de Líderes.
Desde quinta-feira (14) acontece no Rio o G20 Social, uma iniciativa lançada pelo governo brasileiro que antecede o evento principal. São mais de 270 atividades protagonizadas por pautas ligadas a movimentos sociais.
Guerras em Gaza e na Ucrânia
A escolha das palavras que o G20 vai utilizar para se referir às guerras em curso em Gaza e na Ucrânia é uma das negociações diplomáticas mais difíceis do evento. Ao final da cúpula, na próxima terça-feira (19), é esperada a divulgação de uma declaração final com a visão do G20 sobre os principais desafios globais, entre eles os conflitos armados.
A tensão no G20 ocorre porque diferentes lados das guerras estão representados no grupo. No caso da guerra na Ucrânia, a Rússia é uma das principais potências do bloco. Já grande parte da União Europeia se alinha à Ucrânia. No caso de Gaza, Israel não integra o G20, mas tem como parceiro os Estados Unidos, outra grande potência do bloco. Já a África do Sul, que será o próximo país a presidir o G20, apresentou uma acusação contra Israel na Corte Internacional de Justiça pelo "genocídio" em Gaza.
Há um entendimento de que o G20 não é o local adequado para tratar das guerras, mas também que elas não podem ser ignoradas. Em entrevista na quinta, diplomatas franceses disseram que o G20 "não é um fórum para discutir geopolítica" e que a manifestação do grupo sobre a guerra não pode travar o avanço em outras pautas, como a ambiental e a social. Por outro lado, conflitos podem gerar impactos econômicos globais. Na reunião preparatória para o G20 entre chefes de Parlamento, o representante do Reino Unido citou a escassez de grãos na África devido à guerra na Ucrânia.
Vladimir Putin não virá para o G20 no Brasil, onde correria o risco de ser preso. Há uma ordem de prisão contra o presidente russo, emitida pelo Tribunal Penal Internacional, devido a crimes cometidos na Ucrânia. A Rússia estará representada no G20 por seu chanceler.
Zelensky não vem, porque a Ucrânia não faz parte do G20. Em entrevista concedida em outubro para a imprensa local, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o G20 no Brasil poderia ser uma "boa oportunidade" para os países discutirem propostas de paz.
Netanyahu não vem, já que Israel também está fora do grupo. Além disso, Israel declarou o presidente Lula como persona non grata, colocando as relações entre os países em suspenso.