MP da Venezuela abre ação contra opositora de Maduro 'traição à pátria'
O Ministério Público da Venezuela anunciou nesta sexta-feira (22) que abriu uma investigação contra María Corina Machado, opositora de Nicolás Maduro, por suposta "traição à pátria".
O que aconteceu
A investigação é motivada pelo apoio da líder da oposição venezuelana à lei apelidada de "Ato Bolívar" (em referência ao líder histórico venezuelano), aprovada na Câmara dos EUA. Ela proíbe que o governo dos EUA contrate qualquer pessoa que tenha operações comerciais com o governo Maduro.
"O regime de Maduro não silenciará a verdade", escreveu Corina no X, na quarta-feira (20). "Somos gratos por sua liderança e a todos os membros da Câmara dos Representantes que defenderam e aprovaram o Ato Bolívar. É um passo crucial para responsabilizar o regime de Maduro", acrescentou, em resposta a uma publicação do deputado Mike Waltz, um dos autores do projeto. Ele foi escolhido pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para comandar o Conselho de Segurança Nacional.
O anúncio da investigação foi feito no Instagram do procurador-geral Tarek William Saab, ligado ao ditador venezuelano. "As declarações públicas que a referida fez a respeito desse irritante projeto de lei a envolvem gravemente e constituem a prática dos crimes de traição, conspiração com país estrangeiro e associação criminosa", diz o comunicado.
Eleições venezuelanas
Em julho, o procurador-geral anunciou a abertura de uma investigação contra María Corina e outros opositores por suposta interferência nas eleições. Na ocasião, ele cita a líder oposicionista, Lester Toledo e Leopoldo López.
Os três seriam os "principais responsáveis". "Portanto, os procuradores estão reunindo todos os elementos para avançar nesta investigação sobre a tentativa de paralisar, adulterar os resultados eleitorais".
Naquele mês, Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela em meio a contestações internacionais. Até hoje o governo brasileiro não reconheceu a vitória do venezuelano. No mês passado, o Brasil chegou a vetar a entrada da Venezuela no Brics.
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