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A guerra acabou em Israel? Entenda o cessar-fogo com Hezbollah no Líbano

Imagem aérea da cidade de Haifa, no Israel Imagem: Ahmad GHARABLI / AFP

Colaboração para o UOL

27/11/2024 05h30

O acordo de cessar-fogo aprovado nesta terça-feira (26) por Israel com o grupo libanês Hezbollah não encerra a guerra. A expectativa é que o acordo entre em vigor nesta quarta-feira (27).

Foco em outras frentes

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, diz que há três razões para o cessar-fogo, como o isolamento do Hamas. "Com o Hezbollah fora de cena, o Hamas fica sozinho na campanha. A nossa pressão aumentará", disse Netanyahu. Os motivos são:

  • Se concentrar no Irã;
  • Permitir que as tropas descansem e reabasteçam os estoques de armas;
  • Desvincular as frentes norte e sul e isolar o Hamas.

A decisão de cessar-fogo ocorreu após uma reunião do gabinete do primeiro-ministro israelense. O Líbano e o Hezbollah já haviam aprovado a proposta e enviado seus comentários à embaixada americana no dia 18 de novembro, informou Ali Hassan Khalil, assessor do presidente do Parlamento Nabih Berri, à Reuters.

O acordo exige que as tropas israelenses se retirem do sul do Líbano e que o Exército libanês se posicione na região dentro de 60 dias. O Hezbollah, por sua vez, encerraria sua presença armada ao longo da fronteira ao sul do rio Litani.

O primeiro-ministro declarou que o acordo significa que Israel poderá se concentrar na "ameaça iraniana". Ele também prometeu devolver famílias do norte de Israel às suas casas. Netanyahu descreveu que o Hezbollah já não é o mesmo grupo "que lançou uma guerra contra nós" e que Israel conseguiu "lançar o grupo décadas para trás". "Conseguimos alcançar muitos dos nossos objetivos durante esta guerra", declarou.

Caso o grupo extremista viole o acordo de cessar-fogo, Israel vai reagir "com muita força", segundo Netanyahu. O líder israelense ressaltou que Hassan Nasrallah e "todos os líderes" do Hezbollah foram mortos. "Destruímos a maioria dos foguetes e mísseis. Matamos milhares de terroristas e destruímos a infraestrutura subterrânea e terrorista perto das nossas fronteiras".

Pressão internacional

Nos últimos dias, os EUA, a União Europeia e a ONU intensificaram os esforços para a imposição de uma trégua. Em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7, o chefe de polícia externa da UE já havia dito que não havia desculpa para não implementar o acordo com o Hezbollah e fez pressão pela aprovação de Israel.

Há mais de um mês, o Líbano esperava pelo cessar-fogo. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse em outubro que estava fazendo tudo o que era possível para a negociação e que estava otimista com a possibilidade. A expectativa, no entanto, foi frustrada por Israel, que sinalizou rejeição com expansão de ataques.

Em meio aos avanços diplomáticos durante a semana, houve ainda uma escalada militar na terça. Ataques aéreos israelenses demoliram mais subúrbios do sul de Beirute controlados pelo Hezbollah, enquanto o grupo armado manteve os disparos de foguetes contra Israel.

Mikati diz que a comunidade internacional deve "agir rapidamente" para deter ataque israelense "e implementar um cessar-fogo imediato". Os comentários foram feitos depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em um discurso que o gabinete de segurança do país concordaria "esta noite" com um acordo de trégua em sua guerra contra o grupo libanês Hezbollah.

*Com AFP e Reuters

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