Cientistas descobrem espécie humana extinta há 50 mil anos na China
Do UOL, em São Paulo
28/11/2024 18h06Atualizada em 28/11/2024 18h06
Uma dupla de cientistas propõe em um estudo publicado na revista Nature que teria encontrado uma nova espécie humana, extinta há cerca de 50 mil anos na China.
O que aconteceu
Homo juluensis viveu entre 300 mil e 50 mil anos atrás. A pesquisa dos cientistas Christopher J. Bae e Xiujie Wu aponta que a espécie viveu no Leste da Ásia, caçavam cavalos selvagens em pequenos grupos, faziam ferramentas de pedra e possivelmente processavam peles de animais para sobrevivência.
Nome vem das cabeças 'gigantes' de membros da espécie. Em chinês, "ju lu" significa "cabeça enorme" — o que não significa que os membros da espécie eram necessariamente mais inteligentes. "Quando você pensa no Homo juluensis, você está olhando para uma população bastante robusta de hominídeos", disse Bae ao South Morning China Post.
Dentes impressionaram os cientistas. Eles apontam que os dentes dos Homo juluensis tem similaridades aos dos Denisovanos, outro grupo humano descoberto na Sibéria em 2008, o que poderia os identificar como membros da nova espécie. "Uma das coisas que sempre se destacou sobre os molares de Denisova foi que eles eram bem grandes. Os molares de Xujiayao do nosso espécime tipo também são bem grandes", apontaram.
O registro do leste asiático está nos levando a reconhecer o quão complexa é a evolução humana de forma mais geral e realmente nos forçando a revisar e repensar nossas interpretações de vários modelos evolutivos para melhor corresponder ao crescente registro fóssil.
Christopher Bae, em entrevista ao South Morning China Post
Fósseis foram encontrados nos anos 1970. Os pesquisadores analisaram fósseis de 16 espécimes, encontrados junto a milhares de artefatos, ferramentas de pedra e ossos de animais entre 1976 e 1979. Apesar dos fósseis terem sido encontrados há décadas, só agora que foi proposto que faziam parte de outra espécie.
Embora tenhamos iniciado este projeto há vários anos, não esperávamos ser capazes de propor uma nova espécie de hominídeo (ancestral humano) e então sermos capazes de organizar os fósseis de hominídeos da Ásia em diferentes grupos. No final das contas, isso deve ajudar na comunicação científica.
Christopher Bae