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Putin chama Trump de 'inteligente' ao comentar mediação dos EUA em conflito

O presidente russo olha para Trump durante evento do G20 no primeiro mandato presidencial do republicano Imagem: Juan Mabromata / AFP

Do UOL, em São Paulo*

28/11/2024 15h44

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (28) que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, é "inteligente" e capaz de resolver problemas, em meio à escalada de tensões entre Moscou e as potências ocidentais pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.

O que aconteceu

"Inteligente e experiente", disse Putin sobre Trump. O líder republicano, que retornará à Casa Branca em janeiro, "é uma pessoa inteligente e já bastante experiente", disse o presidente russo durante uma coletiva de imprensa no Cazaquistão, onde participa de uma cúpula regional. "Acredito que ele encontrará uma solução [para o conflito]", acrescentou, segundo divulgado pela AFP.

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Porta-voz do Kremlin afirmou no início da semana que aliados de Trump discutem "plano de paz" para a Ucrânia, enquanto Joe Biden tenta escalar conflito. Na segunda-feira (25), Dmitry Peskov disse à Reuters: "Do círculo de apoiadores de Trump e daqueles que foram nomeados para cargos na futura administração, a palavra 'paz' ou 'plano de paz' está sendo ouvida. Nenhuma dessas palavras está sendo ouvida do atual governo (Biden), enquanto as ações de escalada provocativa continuam. Essa é a realidade que enfrentamos".

Putin explicou em junho o que busca para iniciar negociações de paz. O presidente russo quer que a Ucrânia desista de suas ambições de adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e entregue quatro províncias reivindicadas por Moscou. O governo russo avalia que os termos refletem a realidade no campo de batalha, onde as forças russas estão avançando. Já a Ucrânia afirma que os termos russos equivaleriam a uma capitulação inaceitável para Kiev, segundo apurado pela Reuters.

Mediação dos EUA sob Trump

Invasão russa à Ucrânia completou 1.000 dias nesta semana em meio a dúvidas sobre qual será posicionamento dos EUA após eleição de Trump. Crítico em relação aos bilhões de dólares de ajuda dos EUA concedidos à Ucrânia, o presidente eleito prometeu resolver o conflito antes mesmo de tomar posse em 20 de janeiro.

Governo ucraniano teme ser forçado a chegar à negociações com posição desfavorável. Trump, que ainda não explicou como planeja alcançar um cessar-fogo entre os países, escolheu o general aposentado Keith Kellogg como futuro enviado para acabar com a guerra entre Ucrânia e Rússia. Kellogg, que pediu concessões de Kiev em troca de negociações de paz, é considerado peça-chave na abordagem de Trump para resolver o conflito.

Kellogg já afirmou que "qualquer futura ajuda militar norte-americana exigirá que Ucrânia participe de negociações de paz com a Rússia". Em nota publicada em abril de 2024, ele também defendeu o adiamento prolongado da adesão da Ucrânia à Otan para "convencer o presidente russo Vladimir Putin a se engajar em conversas de paz".

Posição do Brasil

Presidente brasileiro disse que é preciso evitar escalada na guerra entre Rússia e Ucrânia, mas evitou posição mais contundente em relação ao conflito. A declaração de Lula (PT) foi dada em discurso por vídeo transmitido na cúpula do Brics no fim de outubro. Antes, durante assembleia da ONU (Organização das Nações Unidas), em setembro, Zelenski acusou Brasil e China de fortalecerem Putin com um plano de paz alternativo.

Embaixador Celso Amorim disse acreditar que Trump deve ser mais efetivo do que Biden para tentar solucionar conflito entre países, durante o UOL Entrevista na última terça-feira (26).

Vejo mais possibilidades de solução com o Trump do que com o governo americano [atual], em relação à guerra na Ucrânia. Eu não quero fazer previsões, mas acho que o presidente Trump tem uma visão mais pragmática de como as coisas não só deveriam ser, mas como elas são (...) Pode ser pelo motivo que for, não vou entrar num julgamento ético, e eu acho que é essa a compreensão. O que nos interessa é a paz. Claro que não é qualquer paz, mas uma coisa que não desconheça as preocupações de um lado ou de outro.
Celso Amorim, ao UOL entrevista.

*Com AFP e Reuters

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