Amorim avalia guerra da Ucrânia: 'Mais possibilidades de solução com Trump'
O representante especial da Presidência, embaixador Celso Amorim, disse acreditar que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, vai ser mais efetivo do que o atual presidente, Joe Biden, ao tentar solucionar o conflito entre Rússia e Ucrânia. A declaração foi feita por Amorim durante entrevista ao UOL Entrevista, do Canal UOL.
Vejo mais possibilidades de solução com o Trump do que com o governo americano [atual], em relação à guerra na Ucrânia, por exemplo. Eu não quero fazer previsões, mas acho que o presidente Trump tem uma visão mais pragmática de como as coisas não só deveriam ser, mas como elas são.
Pode ser pelo motivo que for, não vou entrar num julgamento ético, e eu acho que é essa a compreensão. O que nos interessa é a paz. Claro que não é qualquer paz. Não é uma coisa que seja equilibrada, justa, mas que não desconheça as preocupações de um lado ou de outro.
Celso Amorim
A Rússia invadiu a Ucrânia e deu início a uma guerra em fevereiro de 2022. Milhares de civis já foram mortos em quase três anos de conflito. O presidente russo, Vladimir Putin, e o ucraniano, Volodimir Zelenski, têm trocado acusações publicamente, sem o anúncio de um acordo de paz em vista.
Os Estados Unidos são considerados o principal aliado da Ucrânia, oferecendo ajuda financeira bilionárias e a disponibilidade de armas para as tropas locais.
O presidente Lula (PT) disse, em discurso por vídeo transmitido na cúpula do Brics, que é preciso evitar a escalada na guerra entre Rússia e Ucrânia, mas evitou posição mais contundente em relação ao conflito. Em Assembleia da ONU (Organização das Nações Unidas), Zelenski acusou Brasil e China de fortalecerem Putin, com o plano de paz alternativo.
Eleição de Trump e futuro da guerra
A invasão da Rússia à Ucrânia completou 1.000 dias nesta semana em meio à dúvida sobre qual será o posicionamento dos EUA após a eleição de Donald Trump. Apesar de ter se comprometido com o fim da guerra rapidamente, o republicano ainda não se manifestou publicamente sobre o que fará a partir do ano que vem para encerrar o conflito.
O governo da Ucrânia divulgou, em junho, que 12 mil civis morreram no conflito, sendo 551 crianças. Com mais de 10 milhões de pessoas obrigadas a deixarem seus lares, a guerra desencadeou uma das maiores crises de refugiados do mundo. Até o momento, cerca de 6,7 milhões de refugiados ucranianos encontraram abrigo em países europeus.
Ofensa de Janja contra Musk
Durante o UOL Entrevista, Amorim também citou o xingamento feito pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, contra o bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, e que isso teria feito no âmbito do campo pessoal.
Acho que é um julgamento pessoal. Aliás, o meu não seria muito diferente. Eu sou diplomata, sou obrigado a usar palavras suaves. Celso Amorim
No dia 16 de novembro, a socióloga gerou polêmica internacional ao xingar o magnata com palavrão durante um evento do G20 Social, realizado no Rio de Janeiro. Em meio a uma falha no som, Janja comentou que poderia ser "culpa do Elon Musk" e, na sequência, disse "fuck you, Elon Musk", ao lado do influenciador Felipe Neto. O ato foi interpretado como um ataque direto ao empresário, que deve liderar um departamento no futuro governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Musk reagiu com ironia nas redes sociais e escreveu mensagem dando a entender que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marido de Janja, perderia a próxima eleição prevista para 2026. "Eles vão perder a próxima eleição."
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Quero receberO episódio gerou mal-estar diplomático e ampla repercussão na mídia internacional —muitos veículos destacaram a já conturbada relação entre Musk e o Brasil, especialmente devido às posições do bilionário em temas como desinformação e liberdade de expressão na plataforma X (antigo Twitter), de sua propriedade.