Polícia francesa fez buscas em necrotérios por brasileiro desaparecido
Do UOL, em São Paulo
02/12/2024 14h44Atualizada em 02/12/2024 14h44
A polícia parisiense fez buscas em necrotérios, centros psiquiátricos e hospitais à procura do fotógrafo Flávio de Castro Sousa, 36, que está desaparecido desde 26 de novembro.
O que aconteceu
Flávio ainda não foi localizado. Em um primeiro momento, amigos escutaram da polícia que as investigações "não iriam além disso". Depois, as autoridades informaram que o caso foi encaminhado para o Departamento de Desaparecidos, que vai decidir se abre ou não uma investigação.
Amigos foram até a delegacia para pressionar as autoridades. "Pra eles não se trata de um caso urgente. Eles só olham câmeras em casos mais graves, como estupro", explicou Rafael Basso, amigo de Flávio que mora em Paris. "Vamos insistir para que o caso seja levado a sério".
Flávio está em Paris desde o dia 1º de novembro. Ele foi até a cidade com o sócio Lucien Esteban para fazer as fotos de casamento de um casal de brasileiros. Lucien voltou ao Brasil, mas Flávio se planejou para ficar mais alguns dias de férias. Segundo o amigo, ele é apaixonado por Paris, tem muitos amigos na capital e fala francês fluentemente.
Acidente no rio Sena e check-in para voo
Flávio deveria embarcar para o Brasil em 26 de novembro. Ele fez o check-in online na véspera da viagem, mas não entrou no avião.
No mesmo dia, a família ficou sabendo que ele se envolveu em um acidente no rio Sena, na altura do Café Les Ondes, próximo da Torre Eiffel. Testemunhas dizem que Flávio deu entrada no Hospital Georges Pompidou às 6h, sendo liberado ao meio-dia. O UOL entrou em contato com o hospital, que não quis comentar o caso por questões de privacidade médica.
Funcionários do hospital disseram a amigo que Flávio saiu bem e consciente. "E realmente, pois depois disso, Flávio foi até a agência [que alugou sua hospedagem] pessoalmente, ainda com as roupas molhadas, pedir a extensão de mais um dia de hospedagem. Em seguida, ele teria voltado para este apartamento, tomado banho e começado a arrumar a mala, mas depois disso a gente não tem mais contato nenhum", relatou Rafael Basso.
Apesar de pedir um dia extra no apartamento, Flávio deixou seus pertences no local, incluindo o passaporte. A agência ligou para um contato de Flávio pedindo que ele fosse retirar a mala e documentos.
Mala ainda não foi aberta. Os amigos de Flávio querem abrir a bagagem na presença da polícia, que ainda não solicitou a perícia do conteúdo. O celular de Flávio foi encontrado em um vaso de plantas no Café Les Ondes por um funcionário, um dia após a queda no rio.
Itamaraty diz que acompanha o caso. "O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, está em contato com as autoridades locais e presta assistência consular aos familiares do nacional".
Com informações de RFI