França: Quem são os principais cotados ao cargo de primeiro-ministro?

A Assembleia Nacional da França aprovou a moção de censura contra o primeiro-ministro, Michel Barnier, nesta quarta-feira (4). Segundo a mídia local, Barnier deve se demitir já nesta quinta-feira (5). Conheça os principais postulantes à vaga.

Bernard Cazeneuve, deputado de esquerda

Bernard Cazeneuve, ex-primeiro ministro francês
Bernard Cazeneuve, ex-primeiro ministro francês Imagem: Fred Tanneau/AFP

Cazeneuve foi primeiro-ministro entre 2016 e 2017 e tem carreira política extensa. Ele já foi prefeito da comuna de Cherbourg-Octeville, membro da Assembleia Nacional, e Ministro do Interior no governo de François Hollande. Como primeiro-ministro, tem um dos mandatos mais curtos da história da França: ocupou o cargo por apenas cinco meses e quatro dias.

Rompeu com Partido Socialista em 2022. Cazeneuve esteve filiado ao Partido Socialista durante quase toda sua carreira política, mas resolveu sair quando a sigla passou a fazer parte de uma coalizão eleitoral com o partido "A França Insubmissa", mais radical. À época, chamou o partido de "violento" e afirmou que esse tem posições "escandalosas".

Xavier Bertrand, ex-ministro conservador

Xavier Bertrand
Xavier Bertrand Imagem: Reprodução/Instagram

Bertrand foi ministro do Trabalho e da Saúde entre 2005 e 2012. Ele serviu aos governos do liberal Jacques Chirac e do conservador Nicolas Sarkozy.

Venceu Marine Le Pen em eleições. Desde 2015, Bertrand ocupa a função de Presidente do Conselho Regional da região de Hauts-de-France. Para acessar o cargo, teve de vencer a atual maior voz da extrema-direita francesa e ex-candidata à presidência, Marine Le Pen.

Ideias são mais conservadoras que de Macron. Bertrand já se posicionou contra a adoção por pessoas do mesmo sexo e a favor do corte de taxas de produção pela metade. Em 2020, pensou em enfrentar Emmanuel Macron nas eleições presidenciais, mas perdeu nas primárias de seu partido, "Os Republicanos".

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Sébastien Lecornu, ministro das Forças Armadas

Sebastien Lecornu
Sebastien Lecornu Imagem: Ludovic Marin/AFP

Lecornu ocupou funções diversas no governo Macron. Ele serve como ministro das Forças Armadas desde 2022, mas já foi ministro do Ultramar, das Autoridades Locais e da Ecologia. Quando Macron o convidou para participar do governo, mudou do partido "Os Republicanos" para o partido do atual presidente, "Renascença".

Foi o conselheiro de governo mais jovem da França. Em 2008, com 22 anos, Lecornu foi apontado como conselheiro de Bruno Le Maire, Secretário de Estado dos Assuntos Europeus do governo de Nicolas Sarkozy.

O que aconteceu

Questão uniu deputados da esquerda e da extrema direita e teve 331 votos a favor da moção de censura contra Barnier. Para a moção ser aprovada, era necessário o apoio de pelo menos 288 deputados.

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Barnier deve deixar o cargo após menos de 100 dias no poder. Como resultado, o governo é derrubado e a lei de financiamento da Segurança Social para 2025 é rejeitada.

Decisão mergulha o país em um período de grande incerteza política e financeira. Cenário se monta seis meses após a dissolução do Parlamento e de uma eleição legislativa antecipada.

"Tive e tenho orgulho de agir para construir e não para destruir", disse Barnier em discurso. O primeiro-ministro ainda acrescentou: "não posso resignar-me à ideia de que a desestabilização institucional possa ser o objetivo que reuniria aqui uma maioria de deputados."

Emmanuel Macron precisa nomear um novo primeiro-ministro. Ele não pode convocar novas eleições legislativas até julho.

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