Com atraso, Israel começa a liberar os 110 prisioneiros palestinos

Israel começou a soltar nesta quinta-feira (3) os 110 prisioneiros palestinos da terceira troca após ter atrasado o processo devido a um tumulto na liberação de reféns israelenses e tailandeses na Faixa de Gaza.

O que aconteceu

Chegaram nesta quinta ônibus à cidade de Ramallah, na Cisjordânia. Os veículos iniciaram o transporte de alguns dos 110 palestinos feitos reféns por Israel, que agora podem voltar para casa.

Zakaria Zubaidi foi o prisioneiro palestino mais proeminente a ser libertado. Ele é um dos líderes das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, o braço armado do rival do Hamas, o grupo Fatah. Ele havia escapado da prisão em 2021, mas foi recapturado em seguida.

Autoridades de Israel haviam suspendido a operação no início no dia. O anúncio foi feito depois que o Hamas libertou três reféns israelenses e cinco tailandeses. O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que a suspensão seguiria até que houvesse a garantia de ''saída segura dos reféns israelenses nas próximas rodadas''.

A liberação foi adiada depois que militantes palestinos cercaram os prisioneiros israelenses enquanto eles eram entregues à Cruz Vermelha. Em tumulto, a multidão gritava em volta slogans em apoio à ala militar do Hamas e levantava bandeiras pretas e amarelas associadas à Jihad Islâmica Palestina.

Netanyahu condenou a confusão e chamou de ''cenas chocantes''. Ele expressou indignação com a forma como o Hamas e a Jihad Islâmica entregaram os reféns e pediu para que mediadores internacionais intervenham na situação.

Quem são os reféns libertados na terceira troca

Esta foto de folheto divulgada pelo exército israelense mostra a refém israelense libertada Agam Berger sendo recebida por seus pais após sua libertação pelo Hamas na Faixa de Gaza, em 30 de janeiro de 2025, em Israel
Esta foto de folheto divulgada pelo exército israelense mostra a refém israelense libertada Agam Berger sendo recebida por seus pais após sua libertação pelo Hamas na Faixa de Gaza, em 30 de janeiro de 2025, em Israel Imagem: -/AFP

A soldado israelense Agam Berger, 20, foi a primeira a ser entregue a Cruz Vermelha em meio às ruínas do Campo de Refugiados de Jabalia, no norte de Gaza. Ela tinha 19 anos quando foi sequestrado da base militar de Nahal Oz, uma unidade desarmada composta apenas por mulheres. A família diz que ela servia como "observadora".

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Dois israelenses sequestrados no ataque ao kibutz Nir Oz também foram soltos. O alemão-israelense Gadi Moses, 80 anos, e Arbel Yahud, de 29 anos, foram entregues em em Khan Younis, no sul de Gaza. Eles eram mantidos pelo grupo Jihad Islâmica, aliado do Hamas.

Arbel foi feita refém com a família de seu noivo Ariel Cunio. Ele e o irmão, David Cunio, continuam em cativeiro, segundo o Hostages and Missing Families Forum. A esposa de Gadi, Efrat Katz, foi morta no ataque.

Cinco cidadãos tailandeses também foram soltos, informaram as autoridades. Eles trabalhavam como operários em comunidades do sul de Israel quando foram sequestrados no ataque de 7 de outubro.

19 comentários

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Ana Cristina de Oliveira

Difícil entender como conseguem esconder reféns num lugar cuja largura é de 18km. Só com a conivência da população.

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Fernando Fonseca

O combate ao terrorismo até sua erradicação total não pode parar, é inaceitável esses crimes contra cidadãos inocentes, fora os abusos e os traumas eternos...

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Marcello Coimbra

Como funciona essa nomenclatura? Por que os israelenses são "reféns" e os palestinos são "prisioneiros? Não são todos prisioneiros de guerra?

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