Apagão no Chile: 90% do país volta a ter luz após 9 horas no escuro
Cerca de 90% da energia elétrica foi restabelecida em imóveis residenciais do Chile após 9 horas de apagão.
O que aconteceu
Corte de energia afetou mais de 19 milhões de pessoas, quase 95% da população. Por volta das 15h16 de ontem (25), uma falha derrubou a energia em praticamente todo o país, inclusive na capital Santiago. Foi o maior apagão em 15 anos.
Energia foi restabelecida para a maioria dos moradores por volta da meia-noite, informou o Coordenador Elétrico Nacional em comunicado. Na manhã de hoje, o governo chileno suspendeu o estado de exceção e o toque de recolher que proibia moradores de saírem de casa. "Hoje deverá ser um dia normal", afirmou a ministra do Interior, Carolina Tohá.
Voos do Brasil para Santiago foram normalizados. A Latam, operadora da rota, informou hoje que a operação foi normalizada, sem atrasos ou cancelamentos. Os passageiros afetados ontem pelo apagão podem alterar os voos na seção Minhas Viagens do site.
Como foi apagão
Metrô de Santiago ficou parado. Milhares de pessoas tiveram que caminhar por horas para chegar em casa com os termômetros marcando 30ºC. Quem optou por ônibus enfrentou lotação.
Eles nos deixaram sair do trabalho por causa do corte de energia, mas agora não sei como voltar para casa porque todos os ônibus estão lotados.
Maria Angelica Roman, 45, funcionária de uma empresa de cobranças, à AFP
Os comércios estavam fechando quando eu voltava de bicicleta do escritório, especialmente os restaurantes. No banco onde trabalho, todas as operações tiveram que ser interrompidas.
Jonathan Macalupú, 25, à AFP
Há relatos de pessoas que ficaram presas em brinquedos de parques de diversão e em elevadores. A conexão de internet também ficou instável.
Festival cancelou shows. O tradicional Festival Internacional de Viña del Mar reprogramou os shows para sábado (1º) por causa da falta de energia. Imagens mostram centenas de pessoas deixando o local no escuro.
Este foi o apagão mais grave registrado no Chile desde 2010. Na época, grande parte da população ficou sem serviço devido a uma queda da rede de eletricidade na região de Biobío (sul).
Governo descartou a possibilidade de um ataque ou boicote contra a rede de fornecimento de energia. "Não há nenhuma razão para supor que por trás disso exista um ataque. Seria uma falha de funcionamento do próprio sistema", afirmou a ministra do Interior, Carolina Tohá, em uma coletiva de imprensa.
Presidente Gabriel Boric responsabilizou as empresas privadas que administram o sistema elétrico pela emergência. "Não é possível que a rotina de milhões de chilenos e chilenas seja alterada dessa forma por empresas que não fazem o seu trabalho direito", criticou o presidente, que anunciou sanções.
*Com informações de AFP
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