Mais de 50 países buscam negociação com EUA após tarifaço, diz Casa Branca


Do UOL, em São Paulo
06/04/2025 15h33
Mais de 50 países procuraram a Casa Branca para iniciar negociações comerciais após o anúncio do novo pacote tarifário dos Estados Unidos. A informação foi divulgada hoje por Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, em entrevista à emissora ABC News.
O que aconteceu
Kevin Hassett afirmou que os países estão buscando negociar porque "entendem que arcam com boa parte das tarifas". Ele disse acreditar que o impacto sobre os consumidores americanos será pequeno e negou que as medidas tenham relação com pressões sobre o Fed (Federal Reserve) para reduzir juros.
Na quarta-feira, o presidente Donald Trump anunciou tarifas de até 50% sobre a importação de produtos de dezenas de países. As medidas, segundo o governo, são uma resposta a barreiras comerciais que dificultam as exportações americanas e contribuem para o déficit comercial do país.
Taiwan e Vietnã estão entre os países que já buscam diálogo com os EUA. O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, propôs iniciar negociações com base em "tarifas zero", nos moldes do acordo entre EUA, Canadá e México. Apesar de ter sido incluído nas tarifas (com taxa de 32%), o setor de semicondutores —principal produto de exportação da ilha— foi poupado.
Lai Ching-te afirmou que Taiwan não adotará retaliações e prometeu manter os investimentos de empresas taiwanesas nos EUA. Exemplo da TSMC, que anunciou um novo aporte de US$ 100 bilhões. O governo da ilha também deve ampliar compras de produtos agrícolas e industriais dos americanos.
Já o Vietnã, que enfrentará tarifa de 46% a partir de 9 de abril, pediu pelo menos 45 dias para se adequar. O líder vietnamita, To Lam, enviou uma carta a Trump pedindo diálogo e afirmou que pretende viajar a Washington no fim de maio para tratar do assunto.
O governo dos EUA argumenta que os efeitos de curto prazo serão compensados por benefícios econômicos a longo prazo, incluindo a reindustrialização e o aumento da arrecadação. Representantes do varejo, no entanto, já alertaram para a possibilidade de alta nos preços de bens como roupas, alimentos e eletrônicos.
*Com informações da Reuters e AFP