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Você é passivo-agressivo no trabalho? Descubra e mude seu comportamento

Muriel Maignan Wilkins

Da Harvard Business School Publishing Corp.

30/06/2014 06h00

Quando foi a última vez que você fez alguma coisa dessas no trabalho?

- Você não disse sua opinião honesta sobre algo, mesmo quando questionado.
- Você ficou chateado com alguém, mas não disse à pessoa por quê.
- Você elogiou alguém em público, mas criticou-o em particular.
- Você respondeu a uma conversa com: "o que você quiser está bom para mim. Apenas me diga o que quer que eu faça", quando, na verdade, não estava bom para você.

Quer sejam intencionais ou não, todos esses são sinais de que você está sendo passivo-agressivo. Sempre que há uma desconexão entre o que você diz (passivo) e o que você faz (agressivo), você cai neste campo.

Ao longo do tempo, o comportamento passivo-agressivo é um caminho escorregadio que alimenta a desconfiança e reduz gradualmente sua credibilidade. Felizmente, é possível mudar seu comportamento, embora isso exija um compromisso com o autodesenvolvimento e uma disposição para sair de sua zona de conforto.

Eis cinco estratégias a considerar:
1. Reconheça o comportamento. É importante que você reconheça quais circunstâncias ou situações o levam a ser passivo-agressivo. Saber quais são elas ajuda você a explorar conscientemente outras formas de responder. Comece pensando nas circunstâncias que o levam a esses comportamentos: quem estava envolvido? Como a situação se desenrolou? Como você reagiu? O que aconteceu? Você enxerga um padrão?

2. Identifique a causa. Existe provavelmente uma causa subjacente para seu comportamento passivo-agressivo – pode ser um medo de errar (um desejo de perfeição), um medo da rejeição (um desejo de ser apreciado), ou um medo do conflito (um desejo de harmonia). É essencial entender a raiz da questão para que você possa lidar com ela e determinar se o seu medo é justificável.

3. Seja honesto consigo mesmo. Uma vez que você entender os motivos subjacentes para seu comportamento, você precisa ser honesto consigo mesmo sobre o que você realmente quer. Continuar encobrindo ou negando seus sentimentos só perpetuará esta resposta passivo-agressiva. O que você pensa verdadeiramente? O que você de fato quer dizer? Que resultado você espera? Então pense sobre como você expressa este desejo de uma forma direta, porém respeitosa.

4. Abrace o conflito. Parte importante de abandonar o comportamento passivo-agressivo é aceitar que o conflito acontece. O conflito no trabalho (ou em qualquer lugar) não é necessariamente uma coisa ruim se você faz um esforço para avançar através dele de forma produtiva. Busque a compreensão mútua (que não deve ser compreendida como um acordo mútuo) da posição de cada um e reconheça que mesmo que você não concorde com alguém, isso normalmente não significa que a relação está em risco.

5. Peça opiniões. Trabalhar em qualquer mudança de comportamento é difícil. É fácil ser excessivamente crítico em relação a seus próprios esforços ou simplesmente se desapontar com o fato de não ver muito progresso. Por esse motivo, é importante checar com os outros como você está indo. Compartilhe o que você está fazendo com algumas pessoas em quem você confia. Periodicamente, pergunte a elas como você está indo. Elas têm a sensação de que você está apenas falando ou fazendo aquilo que diz?

Administrar seus comportamentos passivo-agressivos diz respeito a se livrar da incongruência entre o seu diálogo interno – o que você pensa – e as suas ações externas – o que os outros veem e ouvem. Isso não só alinhará seus pensamentos com suas ações, conquistando a confiança de seus colegas; você também aumentará sua segurança e sua confiança em si mesmo.

E não há nada de passivo-agressivo nisso.

(Muriel Maignan Wilkins é cofundadora e sócia-administrativa da Isis Associates, uma firma de coaching executivo e desenvolvimento de liderança.)