Traficante de chifres de rinoceronte é condenado a 40 anos de prisão na África do Sul
Em Johannesburgo
09/11/2012 13h55
O tailandês Chumlong Lemtongthai foi condenado nesta sexta-feira (9) a 40 anos de prisão por dirigir uma rede de exportação fraudulenta de chifres de rinocerontes, informou a agência EWN. A dura pena do tribunal sul-africano reflete a preocupação após a explosão do tráfico de chifres de rinoceronte no país.
O traficante de 44 anos conseguia os chifres de caça ilegal e os vendia no mercado negro, já que o osso é usado na medicina de países asiáticos, como China e Vietnã, por ter grandes efeitos de cura.
Mas cientistas afirmam que as unhas do grande mamífero, que têm a mesma composição e material que os chifres, não possuem nenhuma propriedade medicinal comprovada. No mercado negro, o quilo do chifre do rinoceronte pode sair por até US$ 65 mil (cerca de R$ 132 mil).
A caça de rinocerontes é autorizada na África do Sul, mas a permissão é difícil de ser conseguida e está limitada a caçadores afiliados a uma associação do país, apenas. A caça só pode ser feita em parques fiscalizados e os caçadores devem ser acompanhados pelos guardas dos locais – além disso, as exportações também são limitadas e controladas pelo governo sul-africano.
Nos parques abertos a turistas, no entanto, a caça ilegal virou uma atividade muito lucrativa. Entre janeiro e outubro deste ano, mais de 450 rinocerontes foram mortos ilegalmente, índice que ultrapassa as 448 mortes ilegais ocorridas no ano passado.
O governo Sul-Africano enviou tropas do Exército para as fronteiras do país para tentar coibir o comércio ilegal dos chifres e diz já ter prendido 207 pessoas desde o começo de 2012. A África do Sul concentra 90% dos rinocerontes do continente africano, com cerca de 20 mil animais no seu território.