Rio Acre tem cheia histórica e estado enfrenta enchentes após chuvas
Do UOL, em São Paulo
28/02/2024 19h33Atualizada em 28/02/2024 19h58
O estado do Acre enfrenta enchentes históricas, graças às fortes chuvas que incidem sobre a região, informa o Serviço Geológico do Brasil.
O que aconteceu
Acre enfrenta enchentes históricas. Chuvas no estado levaram o rio Acre a alcançar o nível de 16,58 metros. A marca está acima da cota de inundação, fixada em 11,40 m, e superou o nível de 15,55 m alcançado em 2015.
75% do município de Brasiléia foi afetado. Segundo a Defesa Civil, 75% do município de Brasiléia está alagado, e a cidade está isolada por via terrestre. Mais de 13 mil habitantes foram atingidos, 911 pessoas estão desabrigadas e 1.011 estão desalojadas.
Dezessete cidades do estado estão em situação de emergência. Devido às cheias, dezessete cidades do Acre decretaram situação de emergência. São elas: Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Cruzeiro Do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri.
Projeto Juntos pelo Acre coordena ações de ajuda humanitária e de insumos aos municípios. A ação é gerenciada pela Segov (Secretaria de Estado de Governo).
Acre está em alerta desde sexta-feira
Estado de alerta foi publicado na sexta (23) e ampliado no domingo (25) com municípios mais críticos. Segundo o governo estadual, as ações dão previsão legal de recursos estaduais e federais que ajudam a garantir o atendimento a famílias desabrigadas.
Cidade teve hospital atingido e medicamentos perdidos com a cheia. A Prefeitura de Jordão decretou estado de calamidade pública no município após o rio ter alagado o hospital, afetado ambulâncias e outros materiais de saúde. As chuvas fortes também derrubaram a energia dos 9 mil moradores. O governo estadual estima que 80% da população de Jordão foi atingida pela cheia do Rio Tarauacá.
Aldeias indígenas também são afetadas e perdem áreas de roçado. Pelo menos 395 famílias indígenas foram afetadas pela cheia dos rios Iaco, Purus e igarapés da região, diz o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Alto Rio Purus. No domingo (25), órgãos estaduais e federais fizeram uma reunião para coordenar o direcionamento de recursos.
"Situação crítica", diz organização indígena. Em nota, a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá afirmou que "lideranças das comunidades Kuntanawa, Ashaninka e Noke Koi relatam o avanço preocupante das águas, ameaçando aldeias inteiras e colocando em risco a vida, a segurança e a subsistência de centenas de famílias".
Alckmin conversou com governador
Presidente em exercício, Alckmin conversou com governador do Acre. Geraldo Alckmin, presidente em exercício, conversou por telefone com o governador do Acre, Gladson Cameli, e "colocou à disposição do Estado a estrutura federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional".
Governo vai ajudar financeiramente municípios atingidos. Alckmin teria dito durante a conversa que o Estado vai ajudar financeiramente os municípios atingidos pelas cheias. Waldez Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, deve visitar a região nos próximos dias.