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Desmatamento na Amazônia cai 21,8% em 2023 e tem menor taxa em 5 anos

Retroescavadeira faz o desmatamento para o garimpo ilegal na Amazônia Imagem: Fernando Martinho/Repórter Brasil

Do UOL, em São Paulo

08/05/2024 13h04Atualizada em 08/05/2024 15h28

O governo Lula anunciou nesta quarta-feira (8) que o desmatamento da Amazônia em 2023 caiu 21,8% em relação ao ano anterior. Foi a menor taxa anual desde 2018.

O que aconteceu

O desmatamento da Amazônia em 2023 foi de 9.064 km². A área equivale a seis vezes a cidade de São Paulo — e também representa, aproximadamente, cerca de 10% da área de Portugal ou do estado de Santa Catarina.

Dados preliminares já apontavam queda do desmatamento em 2023, mas hoje foi apresentado o número consolidado. As taxas são divulgadas anualmente pelo Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Os números foram apresentados pelas ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Luciana Santos, da Ciência e Tecnologia.

Foi o menor desmatamento no bioma desde 2018. Naquele ano, a taxa foi de 7.536 km². Durante o governo Bolsonaro, o índice anual esteve sempre acima de 10.000 km² e chegou ao pico em 2021, quando a perda de vegetação foi de 13.038 km².

Em cinco dos nove estados da Amazônia Legal, o desmatamento cresceu no ano passado. Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Roraima e Tocantins tiveram em 2023 perdas de vegetação maiores que em 2022. Houve queda dos números no Acre, Amazonas, Pará e Rondônia.

Desmatamento no Pantanal caiu 9,2%

O governo também anunciou queda no desmatamento do Pantanal em 2023. Segundo o Inpe, o bioma perdeu 723,13 km² de vegetação no ano passado, o equivalente a pouco menos que a metade da cidade de São Paulo.

Mais da metade do desmatamento do Pantanal foi em um só município. Em Corumbá (MS), a taxa foi 381,95 km², o que representa 52,8% de toda a deflorestação do bioma.

O desmatamento do Pantanal foi o menor desde 2020. Durante o governo Bolsonaro, a maior taxa anual foi de 824,47 km², em 2021, e vem caindo ano a ano desde então.

Tragédia no RS é fruto da ação humana, diz Marina

A ministra Marina Silva afirmou que as enchentes no Rio Grande do Sul são fruto da ação humana. Durante a entrevista em que os resultados foram apresentados, a ministra afirmou que "não tem medida de prevenção que dê conta de uma situação dessas".

Segundo Marina, o governo terá um plano específico de combate às mudanças climáticas. O protocolo, de acordo com a ministra, já está em elaboração, e terá estrutura semelhante ao do PPCDAm (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal), criado em 2004 e que ajudou a reduzir o desmatamento amazônico nos anos seguintes.

Relatório elaborado pelo governo em 2015 já alertava para cheias no Sul, mas acabou engavetado. Segundo reportagem do site The Intercept Brasil, o documento tinha sido encomendado pelo governo Dilma Rousseff em 2014, mas foi considerado "alarmista" pela própria Presidência e não foi usado por nenhum dos governos seguintes.

O que nós vamos fazer com municípios 100% alagados no Rio Grande do Sul? Não tem medida de prevenção que dê conta de uma situação dessas. E isso está acontecendo em função da ação humana. Se não revertermos os processos que levam à mudança do clima, nós teremos uma situação que é muito difícil
Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva

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