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La Niña volta: como foi a última passagem do fenômeno e o que esperar agora

Do UOL, em São Paulo

24/07/2024 04h00

Uma nova temporada do La Niña é esperada no segundo semestre deste ano, depois de um período de El Niño.

Embora a transição entre os fenômenos seja mais branda, isso significa que os próximos meses devem ser de chuva mais acentuada nas regiões Norte e Nordeste, e mais escassas na faixa Sul do Brasil.

O que é o La Niña

Resfriamento das águas do Pacífico. La Niña é fenômeno em que há resfriamento das águas do Oceano Pacífico, com temperaturas abaixo da média —o contrário do El Niño. Uma nova temporada é esperada para este segundo semestre de 2024.

Impacto no clima do Brasil. O resfriamento das águas do oceano torna a circulação do ar mais úmida em parte da América do Sul. Isso reflete de forma diferente nas cinco regiões do Brasil, conforme explica o meteorologista Guilherme Borges, do Climatempo.

[O resfriamento] favorece a intensificação da chuva, principalmente no Norte e no Nordeste brasileiro. Na faixa Centro-Oeste e Sudeste, a gente não tem uma anomalia muito correta. Já teve anos mais chuvosos, anos menos chuvosos. Não existe uma exatidão em questão dos efeitos, isso é modulado de acordo com a evolução do La Niña. Na faixa mais ao sul, ele tem um impacto de causar mais seca.
Guilherme Borges, meteorologista

Última temporada foi entre 2020 e 2023. A última temporada do La Niña se estendeu ao longo de três anos, durando de 2020 até meados de 2023. Isso causou uma intensificação dos seus efeitos.

Essa sequência seguida de três fenômenos, onde essas características de mais seca na região sul do Brasil, foram muito mais marcadas. [Assim como] mais chuva na região Norte e Nordeste de maneira bem abundante, bem significativa.
Guilherme Borges, meteorologista

Em fevereiro de 2023, ainda sob efeito do La Niña, o Rio Grande do Sul passou por uma estiagem intensa. Mais de 200 cidades decretaram situação de emergência.

El Niño quebrou sequência em 2023. A partir do meio do ano passado, o aquecimento das águas do Pacífico quebrou a sequência de três anos de resfriamento. "[Essa oscilação] é natural", complementa o meteorologista. O último El Niño bagunçou o clima, mas o La Niña deve apresentar uma mudança ainda mais significativa, porém gradativa.

Quando ocorre essa transição no Pacífico, a atmosfera demora a entender essa resposta. A gente já está vendo um cenário de resfriamento gradativos, mas os efeitos do fenômeno são esperados mais para o final do ano.
Guilherme Borges, meteorologista

O que esperar deste La Niña? O primeiro ano do fenômeno já deve ter efeitos, mas tende a ser mais brando - quase como um período de adaptação. "[Neste primeiro ano] vão ser esses efeitos mais clássicos dele. Chuva abaixo da média na região Sul do Brasil e mais intensificada na faixa Norte e Nordeste. No segundo ano de atuação, aí está escancarada a seca mesmo, principalmente no sul", complementa Borges.

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