Baleia morta é monitorada e dá resposta do que fazer com carcaça na praia
As mortes de baleias, impulsionadas por pesca, navegações, mudanças climáticas e poluição, levantam questões de como lidar com as carcaças que chegam até a praia, o que oferece um desafio logístico. O descarte em aterros traz preocupações devido ao potencial de transmissão de doenças, além da emissão de gases como metano e dióxido de carbono. Mas um estudo publicado no dia 10 de julho na revista Journal of Marine Science and Engineering parece ter encontrado uma solução.
Como estudo foi feito
Pesquisadores da Austrália parecem ter encontrado uma solução para o problema. Os restos mortais de baleias devem ser levados de volta para o mar, onde servem de alimento para diversos outros animais, inclusive organismos que vivem nas profundezas do oceano. Levar as carcaças para fora da costa pode melhorar o ciclo de nutrientes, promover a biodiversidade e contribuir para a remoção de carbono.
Experimento com jubarte. Olaf Meynecke, do Programa de Pesquisa de Baleias e Clima da Universidade de Griffith, na Austrália, fez um experimento em que deixou uma carcaça de jubarte a 30 km da costa. Em julho de 2023, ele encontrou a fêmea de 14 metros flutuando. Possivelmente, ela morreu devido a uma colisão com um navio.
Posição dos restos mortais da baleia foi monitorada por satélite durante seis dias. Isso aconteceu até carcaça cair no leito oceânico. O estudo fornece uma ferramenta de monitoramento e mostra que é possível prever com alta precisão onde o corpo das baleias pode ir quando está flutuando em alto mar.
Alimento para ecossistemas
A carcaça desses mamíferos cumpre uma função importante em seu ambiente original. Depois da morte, o corpo das baleias pode se expandir de forma significativa por conta do gás produzido durante a decomposição, o que faz com que flutuem. Nesse momento, a carcaça serve de alimento para tubarões, como os tigre.
Depois, elas afundam até chegar no leito do mar. Por conta das forças do vento e das ondas, da degradação e dos danos provocados pelos necrófagos, as carcaças afundam. Sua decomposição gradual sustenta comunidades microbianas e organismos de águas profundas.
Carcaças podem nutrir ecossistema inteiro por dois anos. Segundo o Museu de História Natural, baleias podem nutrir um ecossistema inteiro de criaturas das profundezas do mar. O fundo do oceano, geralmente deserto, recebe uma fonte repentina e imensa de alimentos. Caranguejos, lagostas, peixes-bruxa comem a gordura e os músculos da carcaça, que pode alimentar esses animais durante dois anos.
Mesmo depois de a carcaça ficar reduzida a ossos, ainda há bastante comida para organismos menores. Caracóis marinhos, vermes e camarões devoram o que restou de gordura ou músculo. Eles também se alimentam da matéria orgânica que é emitida pela carcaça. Esses animais se mudam para perto dos restos da baleia até se tornarem adultos e formam uma população. Bactérias, por sua vez, comem os ossos da carcaça.
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