'Quente demais': Brasil está entre lugares que podem se tornar inabitáveis

Um artigo da Nasa destacou que algumas regiões do planeta —incluindo o Brasil— podem se tornar inabitáveis até 2070 devido ao aumento das temperaturas.

'Quentes demais'

"Lugares quentes demais para se viver". Em artigo publicado em 2020, a Nasa mapeou em quais regiões do planeta as mudanças climáticas terão maior impacto nos próximos 50 anos, ressaltando como elas "podem tornar alguns lugares quentes demais para se viver".

Previsão para os próximos 30 a 50 anos. Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e autor de um estudo de 2020 sobre calor e umidade extrema, analisa que "os modelos climáticos nos dizem que certas regiões provavelmente excederão essas temperaturas [35ºC] nos próximos 30 a 50 anos".

Para o pesquisador, o Brasil está entre as regiões possivelmente afetadas. Além do Brasil, Raymond cita o sul e partes do sudeste da Ásia, o leste da China, o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho. Os EUA também não estão imunes: dentro de 50 anos, estados do centro-oeste do país, como Arkansas, Missouri e Iowa, provavelmente também estarão em uma situação crítica.

Os 35ºC citados na pesquisa se referem à temperatura de bulbo úmido usada como padrão para medir o calor e a umidade —especialmente em pesquisas climáticas globais de longo prazo. De acordo com Raymond, essa é a temperatura de bulbo úmido mais alta que os humanos podem sobreviver quando expostos por pelo menos seis horas.

A temperatura de bulbo úmido é a temperatura mais baixa à qual um objeto pode esfriar quando a umidade evapora dele. Quanto menor a temperatura de bulbo úmido, mais fácil é para nos esfriarmos.

Consequências das mudanças climáticas. As temperaturas de bulbo úmido estão aumentando em todo o mundo —e o clima da Terra começou a exceder esse limite dos 35ºC. Isso significa que, quanto mais quente, mais tensão nossos corpos sentem, e mais precisamos suar para nos refrescar.

Mas, a água evapora mais lentamente em condições úmidas, já que o ar úmido tem menos capacidade de reter umidade adicional. Enquanto a temperatura do bulbo úmido estiver abaixo da temperatura da pele, o corpo pode liberar calor para o ambiente por meio de radiação e suor. No entanto, à medida que a temperatura do bulbo úmido se aproxima da temperatura interna do corpo, a capacidade de se resfriar é perdida — e isso desencadeia mudanças no corpo com resultados que podem ser mortais.

Tecnologia

Como os satélites podem ajudar? Foram usadas diferentes ferramentas no estudo para avaliar o potencial de estresse por calor. Segundo a Nasa, dados de satélites ajudam a identificar e estudar a temperatura e a umidade em detalhes de locais críticos no globo. "Novas ferramentas também podem ajudar a fornecer os dados necessários para calcular uma métrica mais avançada de estresse por calor", finaliza o artigo.

Errata:

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  • Diferentemente do que foi informado, o artigo feito pela Nasa foi publicado em 2020.

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