Sábado, 30/11/2024 | | | | | | Ministro Fernando Haddad durante anúncio do pacote fiscal | MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO |
| Depois da Mãe do PAC, o Pai da Isenção (de IR) | | Thais Bilenky e José Roberto de Toledo |
| Esta é a newsletter A Hora. Inscreva-se para receber diretamente no seu email todo sábado. Passaram-se seis semanas entre a entrega das medidas de ajuste fiscal por Fernando Haddad a Lula e o sinal verde do presidente para que elas fossem anunciadas. Quando foram liberadas, Lula convocou uma cadeia de rádio e TV e mandou Haddad dar a má notícia. O presidente ainda meteu a isenção de Imposto de Renda para ganhos até R$ 5 mil por mês no pacote do ministro. "Foi ruim, mas foi bom", diríamos na Grande Matão. O tema é um dos destaques do episódio desta semana do A Hora, podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo, disponível nas principais plataformas. Ouça aqui. Na avaliação da Faria Lima, "Haddad está desprestigiado, por isso o dólar disparou". Conversa fiada. A alta tem meses. Começou em março e se acelerou em outubro, quando a agência de risco Moody's melhorou a nota de crédito do Brasil. Foi também quando o ministro começou a falar de corte de gastos. Não foi a fala que puxou o dólar. Mais provável que tenha sido o oposto. Em oito meses, o dólar foi de R$ 5 para R$ 6, alta de 20%, cinco vezes a inflação. Especulações políticas e cambiais à parte, Haddad recebeu uma lição e uma missão de Lula. A soma de ambas tende a ser positiva, muito positiva, para o ministro - desde que ele aprenda a primeira e cumpra a segunda. |
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| Publicidade | | | | Eduardo Cunha | Wilson Dias/Agência Brasil |
| PEC do Aborto: 'Maravilhoso, ganhei mote de campanha', diz Cunha | | Thais Bilenky e José Roberto de Toledo |
| Dias após o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado, seu grupo político dá sinais vitais. A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que proíbe o aborto no Brasil, dando margem para o veto inclusive à interrupção nos casos já previstos em lei como estupro, risco de vida à mulher e anencefalia. A medida foi proposta pelo deputado cassado Eduardo Cunha (Republicanos-RJ) em 2012 e ainda precisa ser aprovada por três quintos do plenário em dois turnos para ir ao Senado. Em conversa com o podcast A Hora, Eduardo Cunha comemorou a aprovação. "Achei maravilhoso. Pretendo voltar [à Câmara] em 2026 e protocolizar comissão especial se não tiver avançado até lá", afirmou. "Me deram um bom discurso de campanha." |
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| | À esquerda, ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes; à direita, ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior | Reprodução |
| Heróis ou prevaricadores, qual o papel dos comandantes no golpe? | | Thais Bilenky e José Roberto de Toledo |
| As quase 900 páginas do relatório final da Polícia Federal trazem evidências de que altos oficiais das Forças Armadas, sobretudo dois dos três comandantes, não embarcaram no golpe e com isso desencorajaram o então presidente Jair Bolsonaro (PL) a ir até o fim. Foram, por isso, louvados como heróis da democracia, por parte da opinião pública. Mas fica a questão: se souberam do golpismo em curso, como prova a PF, não deveriam tê-lo parado ou ao menos denunciado sob pena de, ao se omitirem, prevaricarem? O depoimento mais contundente nesse sentido é o do então comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, colhido pela PF. Ele descreveu a reunião dos três chefes das Forças com Bolsonaro, em 28 de novembro de 2022, na qual o presidente tentou convencê-los a aderir. Somente o almirante Almir Garnier, chefe da Marinha, se dispôs a seguir com os planos, de acordo com a investigação. Baptista e Marco Antonio Freire Gomes, então comandante do Exército, recusaram-se. Disse Baptista à PF que, diante da proposta de Bolsonaro, "o general Freire Gomes afirmou que, caso tentasse tal ato, teria que prender o presidente da República". Se a resistência serviu para demover Bolsonaro, tampouco se pode dizer que os dois comandantes e outros generais atuaram para denunciar a empreitada e punir os insubordinados. E se isso restar comprovado, os comandantes poderiam até ser acusados de prevaricação, ou seja, a omissão de um servidor público que constata prejuízo ao Estado. Estudiosos das Forças Armadas aventam a hipótese de os comandantes terem permanecido inertes por um cálculo de que qualquer movimento poderia tê-los deposto. Com isso, o presidente teria a oportunidade de nomear militares afinados com o plano de golpe e finalmente consumá-lo. Podem também os generais ter resistido simplesmente por perceberem que uma tentativa de golpe custaria caro demais à instituição militar, e não estavam dispostos a pagar para ver.
Qualquer que tenha sido a motivação, a atitude de não agir ativamente contra o plano que estava em curso precisará ser esmiuçada pelas autoridades e esclarecida para se evitar exageros para o bem ou para o mal. |
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| Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky | | A Hora é o podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube. Na TV, é exibido às 16h. O Canal UOL está disponível na Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64) e no UOL Play. Escute a íntegra nos principais players de podcast, como o Spotify e o Apple Podcasts já na sexta-feira pela manhã. À tarde, a íntegra do programa também estará disponível no formato videocast no YouTube. O conteúdo dará origem também a uma newsletter, enviada aos sábados. |
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