Governantes têm responsabilidades. Não apenas a de conduzir as regiões sob sua administração em momentos normais, nem só a de reagir adequadamente em momentos trágicos. Devem também tomar medidas de prevenção para cenários possíveis, por mais trágicos que sejam. É uma tarefa difícil, que exige que essas medidas sejam equalizadas com as pressões mais imediatas, sempre urgentes. Mas é para isso que damos a eles o mandato que pedem nas eleições. E é inegável que o Brasil, seus estados e municípios tratam com descaso a precaução contra eventos que já estão mais que previstos, talvez esperando que as bombas só estourem no colo de seus sucessores. É sobre essas responsabilidades que se debruçam colunistas do UOL. Josias de Souza, aqui, José Roberto de Toledo, aqui, e Milly Lacombe, aqui, cada um por um ângulo, analisam essa questão. É salutar ver com desconfiança os apelos de que não é hora de buscar culpados pela calamidade no Rio Grande do Sul. Leonardo Sakamoto resume o problema: "Nos últimos dias, ouvi políticos dizerem repetidamente que não é a hora de apontar responsáveis ou discutir as causas pelas inundações que tiraram mais de 90 vidas, sumiram com outra centena, desabrigaram milhares e atingiram milhões. O problema é que, como na peça de Samuel Beckett, estamos eternamente esperando o momento certo, mas ele nunca é autorizado". PUBLICIDADE | | |