Em entrevista à RedeTV!, o presidente Lula voltou a reclamar que o corte de gastos proposto para equilibrar as contas do governo recaia sobre o pobres. E cobrou os parlamentares para que assumam suas responsabilidades, que recaem exclusivamente sobre o Executivo: "o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal que eu vou fazer?", indagou. Para Raquel Landim, o raciocínio é correto, e o mercado deveria cobrar o Parlamento tanto quanto atazana o Planalto e a Fazenda. "Não é mais possível tratar com naturalidade o tamanho do controle do Congresso sobre o Orçamento. Trata-se de uma 'jabuticaba' brasileira que não tem paralelo em nenhum país da OCDE", diz. O problema, para Josias de Souza, é que Lula é presidente, não comentarista. "O Brasil não elegeu Lula para lançar dúvidas em entrevistas. A maioria do eleitorado o escolheu para apresentar soluções", argumenta. Pode ser que as declarações prenunciem que o ex-metalúrgico irá para o embate político para dividir a conta com o Congresso, mas, por enquanto, são só palavras. PUBLICIDADE |  | |