Colecionador de derrotas nas eleições municipais do Brasil, Bolsonaro sentiu-se aliviado com a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Enxergou no êxito do seu mito a ilusória perspectiva de ressurreição política. Negacionista por vocação, passou a negar a óbvia divisão da direita brasileira. Autoproclamou-se líder de um conservadorismo que, embora fortalecido pelas urnas de 2024, já não se confunde com bolsonarismo. E pôs-se a fustigar lideranças emergentes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Instado a comentar declaração do prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes, que classificou Tarcisio como "líder maior", com potencial para disputar o Planalto em 2026, Bolsonaro circunscreveu o prestígio do governador às fronteiras de São Paulo: "É um grande líder no estado, verdade... Ninguém vai me provocar." Confrontado com uma declaração do presidente do seu partido, o PL, a declaração do capitão vale para as forças da direita apenas até certo ponto. O ponto de interrogação. |