Ai, ai... A derrota de Lula na reunião do G20 foi cantada em má prosa e em versos ruins em todo canto. E, no entanto, ele emplacou todas. Ocorre que certa crônica política foi tomada pelo insuportável "tersitismo". O que é isso? Escrevi certa feita respeito. Segue um trecho: Visitem ou revisitem, com algum tempo, a personagem Tersites, da "Ilíada" ("Tersito" em algumas traduções). Estava sempre a zombar fosse dos grandes feitos, fosse das boas intenções. Há quem o veja como o primeiro herói, ou anti-herói, popular. Fico com as considerações de Hegel em "A Razão na História". Para ele, "tersistismo" é, em essência, o ressentimento destrutivo: "(...) A sua inveja, o seu egoísmo, é tormento que ele tem de carregar em sua carne, e o verme eterno que o corrói é o pensamento torturante de que suas excelentes intenções e críticas não têm resultado nenhum no mundo". E ainda: "Por isso, homens assim poderão chegar a tratar outros interesses grandes ou até sagrados sem muita reflexão, comportamento esse que realmente os sujeita a repreensão moral. Uma personalidade tão poderosa tem de pisar em muita flor inocente, esmagando muitas coisas em seu caminho". |