É uma gente ridícula, o que não quer dizer que não seja perigosa. A palavra "ridículo", talvez saibam, quer dizer "risível", "absurdo", "extravagante". Sempre tomo cuidado com os que se prestam à caricatura derrisória porque costumam ser pessoas sem nenhum amor próprio e, pois, senso de limites, o que significa que são capazes de tudo. É o lado que fascina no "Joker", não é mesmo?, no "Coringa", especialmente naquele vivido pelo brilhante Joaquin Phoenix. Ele ri do mal e não tem piedade de ninguém porque excessivamente piedoso consigo mesmo e com a própria incompetência. Indivíduos assim são um perigo público. Torturam e matam na certeza de que a vítima é culpada pelo próprio sofrimento. Psicologizei um pouco a bandidagem golpista. Mas até eles têm direito a uma alma, ainda que torta. Os dados que vieram a público ontem podem ser, e são, estarrecedores, mas quem está surpreso. Os golpistas se organizaram para matar o presidente Lula; Geraldo Alckmin, o vice, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo. Quem se dispõe a tanto, convenham — vejam a magnitude da paixão político-homicida —, pode matar muito mais. |