Volta e meia alguém lança a ideia de que a Netflix deveria exibir publicidade em meio aos filmes e séries que oferece. O assunto voltou à tona neste início de 2022. Apesar de ter chegado no final de 2021 com o impressionante número de 221,8 milhões de assinantes no mundo, e um sucesso planetário sem precedentes ("Round 6"), a Netflix não alcançou as metas de crescimento que havia fixado para o período. Em janeiro, a empresa fez uma previsão modesta para o crescimento do número de assinantes no primeiro trimestre deste ano. As ações despencaram. Se a principal fonte de renda dá sinais de esgotamento, a empresa deveria buscar fontes alternativas. É aí que surge a carta da publicidade, segundo o raciocínio de alguns analistas financeiros, responsáveis por recomendações de compra e venda de ações nos Estados Unidos. Laura Martin, da Needham, é uma das entusiastas desta ideia. Ela prevê um aumento no cancelamento de assinaturas, cujos preços aumentaram, e defende que a Netflix ofereça um plano "ad-light", de preço mais baixo com anúncios. A analista acredita que, se a Netflix começasse a vender anúncios, ela não apenas elevaria suas receitas, como reduziria o dos concorrentes. O CEO da Netflix, Reed Hastings, já repetiu várias vezes que a empresa não tem intenção de vender publicidade. Mas desconfio que o assunto não vai desaparecer, especialmente neste momento de grande oferta e consolidação do mercado de plataformas de streaming. Já há no mercado alguns serviços sustentados unicamente por publicidade. Ou seja, o usuário/assinante não paga nada para assistir filmes e séries, mas é obrigado a ver também os anúncios. O mais conhecido é o Pluto TV. Outro é o Vix. O Globoplay, principal plataforma de streaming brasileira, tem a peculiaridade de oferecer conteúdos com e sem publicidade. Uns são para consumo exclusivo dos assinantes. Outros, como trechos de realities ou de novelas, são abertos a todos os usuários. Esse modelo híbrido gera reclamações de assinantes. O UOL Play segue o modelo de plataforma baseada em assinaturas, mas a empresa prevê, no futuro, criar áreas separadas, uma exclusiva para assinantes e outra, com publicidade, aberta. PUBLICIDADE | | |