Entre senadores, deputados federais e estaduais, foram eleitos 514 parlamentares autodeclarados negros (pretos e pardos) no Brasil. Em nenhuma das três esferas do Poder Legislativo, porém, o número de pessoas negras eleitas se equiparou à proporção da população preta e parda no país — que é de 55,8%. Na Câmara, os negros eleitos passam a ser cerca de 26%; nas assembleias legislativas estaduais, na média 35%; e no Senado, 22%. Ao mesmo tempo, esta representatividade negra tem sido questionada. Críticos têm apontado uma "afroconveniência", ou seja, casos de políticos brancos que manipulam sua declaração racial em busca de "oportunismo eleitoral", como o uso do fundo eleitoral para candidaturas negras. ACM Neto (União Brasil), por exemplo, teve seu primeiro registro no TSE como branco, e recebeu críticas por ter mudado sua declaração para pardo neste ano. Mas também teve quem o apoiou. Em 30 de outubro, ele e o ex-secretário estadual de Educação da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT) vão disputar o 2º turno. ALGUNS DESTAQUES NAS CÂMARAS ESTADUAIS: - Nenhum estado elegeu deputados negros em grau próximo à proporção de sua população negra;
- Estados majoritariamente negros, entre eles, Acre, Amazonas, Bahia, Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins elegeram mais deputados negros do que brancos;
- Dos 22 estados em que negros são a maior parte da população, 13 elegeram mais brancos do que negros, entre eles, Sergipe, Rondônia, Rio Grande do Norte, Goiás, Paraíba e Pernambuco;
- Nos três maiores colégios eleitorais do país, também não houve equiparação racial entre população e eleitos: São Paulo (34,8% x 19,1%), Rio de Janeiro (51,7% x 32,9%); e Minas Gerais (53,8% x 28,6%);
- Tocantins foi o que mais elegeu deputados estaduais negros, 70,8% -- no estado, 72,7% da população é negra;
- Alagoas tem a maior disparidade entre população negra e eleitos negros: 67,4% x 22,2%;
- Santa Catarina foi o único estado que não elegeu nenhum deputado estadual negro -- a população negra no estado é de 15,5%;
- Amapá e Roraima foram os únicos estados que elegeram 50% de negros e 50% de brancos.
*** ELEITA 1... Com mais de 130 mil votos, Carol Dartora (PT - PR) é a primeira deputada federal preta eleita pelo Paraná. Professora e historiadora, a parlamentar falou com Universa e disse viver na cidade com o maior número de células neonazistas do país. ELEITA 2... Daiana Santos (PCdoB) se tornou a primeira mulher negra e lésbica a ocupar a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. *** MAIS ELEIÇÕES... O rapper Mano Brown falou sobre a questão racial durante o período eleitoral. Para ele, "no Brasil, o preto rico fica branco e ataca outros pretos. Ele vota contra outros pretos". Muitos fãs interpretaram a declaração como uma indireta ao jogador Neymar Jr. *** PSICÓLOGA DA FAVELA... Na Cidade de Deus, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, Luana Aruantes disponibiliza atendimento psicológico gratuito por meio do projeto "De Pé". Cerca de 100 pessoas já foram apoiadas na região. RACISMO AMBIENTAL... Remoções, falta de áreas verdes e equipamentos de saúde. Estes são alguns dos problemas recorrentes nas periferias, cuja população é majoritariamente negra. Em Ecoa, colunistas que são crias dos subúrbios do Rio falam como o racismo tem moldado a cidade. *** LARICA DIFERENTE... Depois de lançar seu próprio gim inspirado em suas músicas e dividir dicas gastronômicas com os fãs, como a batata do Marechal no Rio, Snoop Dogg juntou a fome da larica com a vontade de comer provocada pela cannabis. O resultado foi uma marca de salgadinhos com "infusão de maconha". BILIONÁRIA... De uma infância pobre para uma fortuna de US$ 2,5 bilhões. Economia conta como a apresentadora e jornalista Oprah Winfrey se tornou uma das mulheres mais ricas dos Estados Unidos. *** PUBLICIDADE | | |