Topo

Chico Alves

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Lula deve conversar com eleitores de Ciro e Simone, diz governador do Pará

Governador paraense Hélder Barbalho declara apoio a candidatura de Lula - Reprodução de vídeo
Governador paraense Hélder Barbalho declara apoio a candidatura de Lula Imagem: Reprodução de vídeo

Colunista do UOL

06/10/2022 08h53

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Para Hélder Barbalho (MDB), governador reeleito do Pará, que ontem anunciou apoio à candidatura do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno, o petista tem que se mostrar como alternativa aos eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). "Não acredito que a essa altura do campeonato quem votou no Lula ou Bolsonaro vá mudar de ideia", disse Barbalho à coluna. "Agora, Lula deve ter capacidade de se mostrar como alternativa a Ciro e Simone para aqueles que gostariam de votar em um dos dois, mas não vão poder".

Ao anunciar o apoio a Lula, Barbalho diz que não temeu o risco de ter problemas no relacionamento com o governo federal, caso Bolsonaro seja eleito. "Na vida a gente perde o que a gente tem, o que a gente não tem a gente não perde. Fui governador do Pará por três anos e nove meses sem ter ajuda do governo Bolsonaro e tive 70% dos votos", desabafa. "Como não tive relação com o governo federal nesse tempo de mandato, não perco nadinha."

Para Barbalho, a militância que vai fazer campanha para o petista no segundo turno não estará menos motivada por causa da expectativa frustrada de vitória em primeiro turno.

"É natural que os militantes se entusiasmem, mas as próprias pesquisas mostravam que estava tudo no patamar da margem de erro", recorda o governador paraense. "Uma candidatura que abre seis milhões de votos de vantagem, tendo ainda o aporte da soma de outros candidatos que também pregavam a mudança, é um cenário muito otimista em favor de Lula". Lembra, porém, que isso não deve ser confundido com o sentimento de que a eleição está ganha.

O apoio ao candidato do PT foi decidido com base em fatores claros. Primeiro, a defesa da democracia e, diz Barbalho, a necessidade de repactuar as relações federativas e o fortalecimento das instituições. "São valores inegociáveis, que compreendo, entre as duas alternativas, são representadas pelo Lula", afirma.

No campo das atenções do governo federal para com a Amazônia e o estado do Pará, o governador acredita que ter Lula como presidente ajudaria a ter um governo federal mais presente com políticas públicas, obras estruturantes ou políticas sociais que possam promover a justiça social da população. Na área ambiental, Barbalho busca "uma solução que se diferencie daquilo que nós vimos como postura do governo federal nesses três anos e nove meses".

"No governo atual tivemos a ausência de um modelo conciliatório que pudesse apresentar soluções compatibilizando as vocações do agro e as vocações minerárias com a preservação da floresta, que compreendo serem absolutamente harmônicos", avalia o emedebista. Ele acha possível criar um novo modelo respeitando as leis, criando mecanismos de fiscalização e controle para combater ilegalidades e apresentando soluções que fortaleçam a expansão tornando a produção mais intensiva e não com o recurso de avançar sobre a floresta.

"Estamos perdendo a oportunidade de fazer com que a floresta em pé seja enxergada a partir da monetização como uma nova alternativa econômica, com o olhar de uma nova commodity", lamenta.