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Um país chamado recomeço

Especial para o UOL

30/10/2016 06h00

Recomeçar. Uma palavra que para muitos é sinônimo de desafio. Um recomeço significa acreditar no novo, é pegar um projeto que não deu certo e refazê-lo, sem os erros do passado, mas nunca esquecendo por que eles aconteceram. É dar um novo ânimo ao que estava ruim, recolocar algo no caminho certo. É ser novo. Em um país como o Brasil, a necessidade em ser uma nova nação ecoa por todos os lugares da nossa pátria. O amanhã sempre vem e o novo Brasil precisa estar preparado para o raiar do sol do futuro.

É bem verdade que as mazelas do país ainda continuam e, cada vez que tentam solucioná-las, mais problemas aparecem aos montes. Por melhores que sejam as iniciativas governamentais com projetos que melhorem a qualidade de vida da população, que gerem empregos e desenvolvimento, as auditorias públicas vêm encontrando regularmente indícios de superfaturamento e de desvios de verbas, desde a mais básica compra de material para o bom andamento dos serviços essenciais até as gigantescas obras de infraestrutura –um verdadeiro descaso com a sociedade que sofre pelo mau uso do recursos financeiros  públicos, do meu e do seu dinheiro.

Isso acarreta problemas, mas ainda insistimos em fechar os olhos. A fome não descansa, não tem férias e bate à porta do necessitado cada vez que ele percebe que não tem nada para comer. A corrupção só tem um rosto quando está na imprensa, mas sabemos que ela ainda está presente no nosso dia a dia como uma sanguessuga voraz, sugando a ética e a moralidade, substituindo o pensar em nós pelo pensar no eu.

Talvez o maior impacto na população dos problemas que Brasil está enfrentando é o desemprego, no qual aqueles que estavam a margem das soluções para um Brasil melhor, que fechavam os olhos e pensavam “ esses problemas não me atingem”, se veem em situações difíceis depois que o cruel e desumano fantasma da falta de trabalho passou a ser uma realidade em todos os lugares.

E como modificar essa situação? Só tem um jeito: mudando a nós mesmos. O povo é que faz um país ser o que ele é. De que adianta se revoltar com crimes que são impunes se o problema maior está dentro de nós? Dizemos não à impunidade, mas somos os primeiros a querer subornar autoridades para não sermos penalizados com multas de trânsito, por exemplo.

Indignamo-nos com a fome e a pobreza, mas não conseguimos olhar ao nosso redor para enxergar os necessitados e ter a grandeza de estender-lhes nossas mãos. Com o desemprego é necessário ter coragem, às vezes uma mudança completa, e buscar inovar, enxergar que a nova oportunidade pode estar ao seu lado, que outrora foi desprezada, mas que agora pode ser sinônimo de um novo sucesso.

Não tenha medo de recomeçar. O ser humano é falho, mas insistir no mesmo erro é ser desumano com você mesmo. É necessário enxergar onde erramos, assumir nossa culpabilidade e apontar o que podemos melhorar. É sermos instrumentos vivos da mudança e motivação para que outros tenham uma consciência melhor do que é o bem individual e do que é o coletivo. Se cada um de nós superar as deficiências e aplicarmos isso nos problemas de nossa nação, talvez aí possamos ter um novo país. Um país chamado recomeço.

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