22. Protógenes (PC do B-SP) é acusado de envolvimento com Cachoeira
Data de divulgação
10.abr.2012
O escândalo
Os grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, revelam que o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) é próximo a um dos suspeitos de integrarem o suposto esquema de corrupção do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A notícia foi publicada por "O Estado de S. Paulo" em 10.abr.2012.
Segundo o jornal, Idalberto Matias Araújo, conhecido como Dadá, seria uma "espécie de faz-tudo" de Cachoeira e esteve a serviço de Protógenes na Operação Satiagraha –que foi comandada pelo político quando ele ainda era delegado da Polícia Federal e resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas.
Nas conversas monitoradas, afirmou o jornal, Protógenes instruiu Dadá sobre "como agir para embaraçar a investigação aberta pela corregedoria da PF sobre desvios no comando da operação [Satiagraha]".
Protógenes foi autor do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que o Congresso instalou para investigar as relações de Cachoeira com políticos. Ele também se tornou um dos integrantes da comissão quando ela foi estabelecida. O "Estado" escreveu que sua ligação com Dadá "permite questionamentos sobre sua autoridade para integrar a CPI".
"Os diálogos revelam o empenho do deputado, delegado licenciado da PF, em orientar Dadá na investigação aberta contra ele próprio, no ano passado", publicou o jornal.
O "Estado" também publicou em 10.abr.2012: "nos áudios da Monte Carlo, Dadá trata o deputado por "professor" e "presidente". Uma das interceptações mostra Protógenes sugerindo a Dadá que o encontre num novo hotel. "Não tô mais naquele não", avisa, num sinal de que os encontros são constantes. No grampo de 11 de agosto de 2011, acertam o local da conversa, mas se desencontram. "Tá onde?", pergunta. Dadá responde: "Em frente da loja da Fiat", ao que o deputado constata: "Ah, tá. Estou no posto de gasolina". "No primeiro?", indaga Dadá. "Isso", confirma o deputado".
Outro lado
No texto de 10.abr.2012, o "Estado" escreveu que procurou o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) por três vezes em seu gabinete em 9.abr.2012, mas não foi possível localizado. O político, segundo o jornal, "também não respondeu às ligações para seu celular".
Em 11.abr.2012, o portal "G1" publicou que o deputado negou ter relações com Carlinhos Cachoeira, mas admitiu ter "ligação profissional" com o Dadá, acusado de integrar o suposto esquema de corrupção de Cachoeira.
"Eu tinha uma relação profissional com ele [Dadá], desde antes da Operação Satiagraha. Ele era um oficial de inteligência da Aeronáutica, um oficial de ligação que mantinha contatos dentro do sistema brasileiro de inteligência. A relação era tão somente profissional", afirmou Protógenes, segundo o "G1".
O que aconteceu?
O PSDB abriu representação contra Protógenes no Conselho de Ética da Câmara. Mas o órgão rejeitou abrir processo contra o deputado em 11.jul.2012 (mesmo dia em que o Senado cassou o mandato do goiano Demóstenes Torres por causa de suas conexões com Cachoeira, segundo registrado aqui). A decisão do Conselho de Ética foi amplamente repercutida, inclusive pela "Agência Câmara" e pela "Folha".