Lula não fez campanha ao citar Dilma em inaugurações, diz advogado-geral da União
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou nesta terça-feira (5) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sofrendo conseqüências de "situações que não criou", ao referir-se aos dois processos que perdeu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por campanha antecipada da pré-candidata do PT e ex-ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
"Na primeira condenação, ele (Lula) não convocou a claque para falar o nome da (ex-) ministra Dilma (Rousseff). Tanto que o ministro Joelson (Dias, do TSE), a rigor, não deu causa", disse. "O presidente tem tomado alguns cuidados. Ele está presente, consciente como sempre esteve, do seu papel. Agora, o que ele não vai deixar de poder exercer aquilo que a lei garante que ele pode fazer e participar de campanha, senão ele vai ser menos do que qualquer cidadão", afirmou o advogado-geral.
Segundo Adams, a oposição está fazendo a parte dela, mas ainda há chances de reverter os processos que o presidente perdeu e foi condenado a pagar multas de R$ 5 mil e R$ 10 mil, respectivamente.
Para o advogado-geral, outras representações contra Lula e Dilma devem surgir "porque o processo político favorece por parte dos partidos a utilização incessante de representações". No entanto, ele acredita que isso não significa que novas condenações ocorram.
"As declarações do presidente foram feitas há mais de dois anos e não têm nenhuma repercussão no processo eleitoral presente. O elemento que decide no tribunal é também a efetividade real da declaração no processo eleitoral. Não fosse assim, pegaria declaração de quatro anos, dez anos atrás", defendeu o responsável pela defesa do presidente.
Adams explica que tanto o presidente quanto a pré-candidata não estão impedidos de participar de inaugurações de obras e, em consequência, de ter maior contato com o público por todo o país em palanques. "Não estou dizendo que a (ex-)ministra Dilma vai participar de todos os atos, isso é uma decisão dela. O que eu estou dizendo é que a lei tem que ser aplicada a todos, igual para todos. Não pode uns poderem participar porque são agentes públicos e outros porque deixaram de ser não podem participar", explica.
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