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Tuma Jr. tem cinco dias para responder às perguntas da Comissão de Ética da Presidência da República

Camila Campanerut<br>Do UOL Notícias

Em Brasília

10/05/2010 16h59

O presidente da Comissão de Ética da Presidência da República e ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Sepúlveda Pertence, afirmou nesta segunda-feira (10) que o órgão resolveu instaurar uma investigação preliminar ao pedir à Policia Federal, à 3ª Vara da Justiça Federal de São Paulo (que investiga Paulo Li) e ao Secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., esclarecimentos sobre o suposto envolvimento dele com a máfia chinesa.

 

“O decreto que criou a comissão impõe às autoridades administrativas a prestação de informações sem que lhe possa opor por razões de sigilos”, alegou Sepúlveda, que deu prazo de cinco dias após a notificação imediata para obter as informações sobre o caso com todas partes.

 

E-mails e interceptações telefônicas, divulgados na semana passada pelo do jornal "O Estado de S. Paulo", revelaram que Tuma se relacionava com o negociador chinês Paulo Li -- preso em São Paulo desde setembro de 2009 sob acusação de formação de quadrilha e descaminho.

 

Para o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o governo nega que a permanência de Tuma Jr. no cargo de presidente do Conselho Nacional de Pirataria enfraqueça o órgão. “Pelo contrário, só fortalece o governo o fato das instituições estarem funcionando e também o direito das pessoas se defenderem, serem respeitados”, alegou Padilha.

 

Em entrevista à "Folha de S.Paulo", Tuma Jr. defende que as denúncias contra ele têm objetivo de desmoralizá-lo, devido à sua atuação contra o crime organizado. "O objetivo não é me investigar, é desmoralizar. O crime organizado age assim: mata testemunhas e desmoraliza os chefes da investigação", disse.

 

Para o advogado de Paulo Li, Renato Martins, a amizade entre o cliente dele e Tuma Jr. não tem nenhuma influência na ação penal em que Li responde na Justiça. Martins diz que desconhece se há outra investigação em andamento relacionada ao secretário de Justiça, que “não é investigado, não é acusado e não é réu” de nenhuma ação até o momento.

 

A assessoria da Polícia Federal não confirma se há ou não alguma investigação em andamento ligada a Tuma Jr.

 

Depois da análise dos documentos, que serão enviados por escrito, a Comissão de Ética da Presidência da República deve analisar a necessidade de abertura de um processo contra Tuma Jr. se será necessidade de recomendação da exoneração dele do cargo de Secretário Nacional de Justiça.