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Reportagem

O pai de Lira e as emendas ao Orçamento

(por Thais Bilenky)

Na semana passada, voei de São Paulo a Maceió, aluguei um carro, dirigi 30 quilômetros e cheguei na belíssima Barra de São Miguel, cidade no litoral de Alagoas. O prefeito é Benedito de Lira, o Biu. Ele foi já deputado e senador, mas o título mais importante que ostenta hoje é o de pai de Arthur Lira, o presidente da Câmara dos Deputados.

Barra de São Miguel é destinatária de várias emendas ao orçamento da União patrocinadas pelo presidente da Câmara e filho do prefeito. Percorri o "roteiro das emendas" de Lira no balneário e conto neste episódio de estreia do podcast A Hora o que vi - ou o que não vi por lá. Porque muitas das obras não saíram do papel e outras nem o prefeito soube dizer o que eram ou onde estavam.

Sobrou o mistério do "terminal lagunar" e o abandono do "mirante do Lira". Para decifrá-los ou entendê-los, já sabe, ouça o episódio #1 de A Hora - Um mirante para Arthur Lira. Ou, melhor ainda, assista ao videocast do episódio no canal do UOL no YouTube - com direito a imagens de como o mirante deveria ser e a contrastante realidade em que se encontra hoje.

A capital brasileira do estupro

Norte de Roraima é a mesorregião recordista de estupro de mulheres no Brasil
Norte de Roraima é a mesorregião recordista de estupro de mulheres no Brasil Imagem: Reprodução

Roraima é a campeã brasileira da violência de gênero. Já tinha a maior taxa estadual de assassinato de mulheres.

Agora, com dados coletados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e tabulados pela equipe de A Hora, descobrimos que o norte de Roraima - da capital Boa Vista até Pacaraima na fronteira com a Venezuela; da reserva Raposa Terra do Sol, a leste, ao território yanomami a oeste - é a mesorregião recordista de estupro de mulheres no Brasil.

Uma em cada 500 moradoras do norte roraimense foi estuprada em 2022, pelos registros policiais. Mas a subnotificação passa de 90%. Estima-se que a taxa seja dez vezes maior. Uma em 50 mulheres.

A hora e a vez dos 40 gramas

Julgamento concluído pelo Supremo Tribunal Federal decidiu que portar até 40 gramas de maconha para consumo pessoal não é crime. A decisão tem o potencial de livrar da cadeia milhares de pessoas, muitas das quais nem deveriam estar lá. Contamos a história de uma delas no episódio #1 de A Hora.

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A história de Maurene Lopes é emblemática do problema que a decisão dos ministros do Supremo tem potencial para corrigir - potencial porque sua implementação depende de muitos fatores, entre eles, a boa vontade das outras instâncias do Judiciário de acatarem sem relutar a sentença do STF.

Em 2012, Maurene tinha 49 anos. Ela fumava um cigarro de maconha em frente à sua casa, em Bariri, no interior paulista, junto com um homem chamado André. Dois policiais passaram pela rua e viram a cena. Entraram na casa de Maurene, uma moradia coletiva que ela dividia com várias outras pessoas. Os policiais apreenderam uma arma de fogo, embalagens plásticas e levaram Maurene e André para a delegacia. Além, é claro, da principal prova do flagrante: 1 grama de maconha que estava com André.

Apesar disso, André não foi arrolado como acusado, mas como testemunha contra Maurene. Acusação? Tráfico de drogas. O processo passou pelas mãos de 63 agentes do sistema de Justiça, de policiais a juízes, deixou Maurene anos na cadeia por causa de uma arma que, os juízes reconheceram, não era dela e 1 grama de maconha.

Maurene só conseguiu recuperar sua liberdade graças a uma sentença do ministro Gilmar Mendes, no Supremo - o mesmo que relatou o processo sobre o limite de 40 gramas de maconha. Entenda por que ouvindo o episódio #1 de A Hora.

A cifra da semana: 10 bilhões de reais

Foi quanto o governo federal liberou de emendas parlamentares ao orçamento da União esta semana, um recorde absoluto.

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O governo cedeu à pressão de deputados e senadores que têm pressa: as emendas que não forem liberadas até 6 de julho só poderão ir para estados e prefeituras depois das eleições municipais, é a lei.

As que ficarem para trás não ajudarão os parlamentares a elegerem seus candidatos a prefeito e vereador.

Quem segura a popularidade de Lula

A questão-chave para a popularidade do governo Lula é a percepção da população sobre a economia. Embora os indicadores apontem melhora, um terço dos brasileiros está temeroso de perder o que conquistou.

É com eles que o pessoal da publicidade do governo quer falar. Mas tem uma pessoa no Palácio do Planalto que prefere mudar de assunto. A pessoa mais importante, o próprio presidente.

Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky

A Hora é o novo podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube.

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Escute a íntegra nos principais players de podcast, como o Spotify e o Apple Podcasts já na sexta-feira pela manhã. À tarde, a íntegra do programa também estará disponível no formato videocast no YouTube. O conteúdo dará origem também a uma newsletter, enviada aos sábados de manhã.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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