Corpo de Alencar chega ao Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, onde será velado
O corpo do ex-vice-presidente José Alencar chegou por volta das 10h30 ao Palácio da Liberdade, antiga sede do governo mineiro, em Belo Horizonte, onde será velado. Em um cortejo realizado em um histórico carro do Corpo de Bombeiros, que atravessou a cidade e passou por importantes avenidas, muitas pessoas prestaram as últimas homenagens ao ex-vice-presidente, com aplausos e acenos.
O caixão com o corpo de Alencar recebeu as honrarias militares antes de entrar no Palácio da Liberdade. Uma cerimônia reservada, com autoridades e familiares, acontece no momento. Na sequência, o velório será aberto ao público e deve durar até as 13h. Depois disso, o corpo de Alencar será cremado, conforme era seu desejo.
Participarão das últimas homenagens a José Alencar em Belo Horizonte a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve Alencar como vice por oito anos. Também devem comparecer ao evento políticos mineiros como o governador Anastasia, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, ex-ministros e ministros nascidos no Estado e os senadores Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS).
Traslado
O corpo de Alencar chegou ao aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, capital mineira, por volta das 9h15 desta quinta-feira (31). O transporte de Brasília, onde Alencar foi velado ontem (30) com honrarias, até Belo Horizonte foi realizado em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).
Um outro avião com os familiares de José Alencar e autoridades pousou na Pampulha pouco antes das 9h. Eles foram recepcionados pelo governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e outras autoridades do Estado.
Em Brasília
O corpo do ex-vice-presidente deixou o Palácio do Planalto por volta de 6h30 desta quinta-feira (31), e seguiu até a Base Aérea de Brasília, de onde embarcou por volta das 7h47 rumo a Belo Horizonte.
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Na quarta-feira (30), duas missas de corpo presente foram celebradas e mais de 8.000 pessoas passaram pela capital federal, de desconhecidos a familiares e amigos no Palácio do Planalto, para prestar as últimas homenagens a Alencar.
Muitas das autoridades que estarão no velório mineiro já prestaram homenagens a Alencar no Palácio do Planalto, onde o corpo foi velado ao longo de toda a quarta-feira, depois de deixar São Paulo --o ex-vice-presidente morreu na terça-feira (29), no hospital Sírio-Libanês, após longa batalha contra o câncer.
Além da família, devem se deslocar para a capital mineira parentes espalhados pelas cidades interioranas de Ubá, Montes Claros e Muriaé.
Funcionários da Coteminas, empresa têxtil que deu a Alencar sua fortuna e que hoje é administrada pelo filho Josué, também devem comparecer. Milhares de pessoas devem passar pelo Palácio da Liberdade para render homenagens.
A família do ex-vice-presidente tem residência na capital do Estado, mas a viúva, Mariza Gomes da Silva, passou a maior parte dos últimos anos dividida entre Brasília e São Paulo, onde o marido se tratava.
Quarta-feira de honrarias
O Palácio do Planalto, na capital federal, recebeu o primeiro velório desde a morte de Tancredo Neves (1910-1985). O corpo de Alencar foi velado com honras de chefe de Estado --durante as viagens de Lula ele governou por mais de 500 dias e assinou mais de 2.000 decretos presidenciais. A concessão foi feita por Dilma, que antecipou retorno da viagem a Portugal, onde teve reuniões bilaterais e onde Lula recebeu título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra.
A primeira missa em homenagem ao ex-vice-presidente foi rezada no Salão Nobre pelo representante do Vaticano no Brasil, o núncio apostólico dom Lorenzo Baldissieri. A segunda, com a presença da presidente e de seu antecessor, teve como condutor o secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Dimas Lara Barbosa. Ministros e ex-ministros estiveram presentes nas duas cerimônias religiosas, a pedido de Dilma.
Foram eles que acabaram consolando Lula, que chorou várias vezes, beijou a testa de Alencar e conversou bastante com Josué. Em seu único momento de descontração na noite, ao lado do caixão, o ex-presidente fez à viúva um gesto com o polegar como se estivesse bebendo. O governo transformou o ex-sindicalista e o empresário em grandes amigos, que gostavam de compartilhar doses de cachaça mineira.
Dilma prestou homenagens de forma mais sóbria ao amigo e trocou apenas algumas palavras com a viúva, a quem abraçou no fim da celebração. Ela também consolou a ex-primeira-dama, Marisa Letícia. Mais ouviu do que falou. Sorriu quando Lula fez o gesto com o polegar. E o tocou depois que ele voltou a chorar.
Na missa, dom Dimas Lara Barbosa classificou Alencar de “guerreiro vitorioso”. Ele disse ainda que por conta da doença, detectada pela primeira vez em 1997, “nosso irmão já estava preparado” para o fim da vida.
Linha do tempo
*Com informações de Rayder Bragon e Rodrigo Bertolotto, em Belo Horizonte
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