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Com vídeo e documentos, relatório do Conselho de Ética sobre Jaqueline Roriz deve sair antes de 90 dias

Camila Campanerut<BR>Do UOL Notícias <BR>Em Brasília

14/04/2011 18h52

O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) avaliou nesta quinta-feira (14) que o processo que relata no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) deve ganhar maior celeridade assim que tiver em mãos os vídeos, documentos e o inquérito da Polícia Federal sobre o caso.

As investigações começaram após a divulgação de imagens de Jaqueline Roriz recebendo ao lado do marido, Manoel Neto, um maço de dinheiro de Durval Barbosa, o delator do esquema do mensalão do DEM.

Carlos Sampaio anunciou que ainda hoje encaminhará um ofício à PF para requer cópias dos materiais para auxiliar no processo disciplinar, aberto em razão da representação apresentada pelo PSOL. A produção de cópias já havia sido autorizada no último dia 5 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que é responsável pelo caso na Suprema Corte.

“Com base nessas provas, a gente vai ver o que vai ser necessário produzir de provas novas. Pode ser que o conjunto de provas lá baste para se fazer um juízo de valor (...). Desde a notificação dela, a rigor, temos 90 dias [para entrega do relatório], por volta de junho, mas o prazo pode ser mais célere assim que eu receber este material, serão menos oitivas”, justificou o parlamentar tucano.   

A deputada confessou que o dinheiro recebido foi utilizado como caixa dois de sua campanha, à época, para deputada distrital.

Seus advogados também terão acesso ao material da polícia e um dos seus defensores, o advogado Rodrigo Alencastro, acompanhou Sampaio nesta tarde na audiência com Joaquim Barbosa.

“Não é nosso papel pré-julgar. Vamos dar a ela todo o direito de defesa para que, ao final, possamos fazer um relatório que não possa ser questionado quanto à sua legalidade no STF”, afirmou Sampaio.

Outras ações

Em paralelo, Jaqueline Roriz também responde um processo no STF por crime contra a administração pública. E na Câmara, além do Conselho de Ética, a deputada está sendo investigada pela Corregedoria da Casa.

Há ainda uma outra denúncia sobre uso irregular da verba indenizatória da Câmara para pagamento de um escritório que, segundo o PSOL, pagou os gastos de uma sala de propriedade do marido dela, Manoel Neto.