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Suplente de Gleisi Hoffmann no Senado tinha "mãe fantasma" na Assembleia do Paraná, suspeita MP

Senador Sérgio Souza (PMDB-PR), à esquerda, cumprimenta José Sarney, presidente do Senado  - Agência Senado
Senador Sérgio Souza (PMDB-PR), à esquerda, cumprimenta José Sarney, presidente do Senado Imagem: Agência Senado

Carlos Kaspchak

Especial para o UOL Notícias<br>Em Curitiba

15/06/2011 12h06

O Ministério Público (MP) do Paraná vai abrir investigação para apurar suspeitas de que a mãe do senador paranaense Sérgio Souza (PMDB), suplente da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, tenha sido funcionária fantasma do gabinete do então deputado estadual Orlando Pessuti (PMDB-PR).

Na investigação, os promotores pretendem descobrir por que os salários da mãe eram depositados na conta do senador e também investigar o horário de expediente que Sergio Souza fazia quando estava nomeado como assessor no gabinete do ex-governador Pessuti, já que ele também trabalhava no Tribunal de Contas do Estado.

Operação Gafanhoto

Sérgio Souza foi envolvido em denúncia de que é investigado na Operação Gafanhoto, desencadeada em 2008 pela Polícia Federal para apurar fraudes e desvio de recursos públicos na Assembleia Legislativa do Paraná, no período entre 2001 e 2004.

As investigações apuram o esquema no qual eram depositados salários de vários funcionários em uma só conta corrente, muitos deles sem saber que isto acontecia, e que depois eram sacados por terceiros.

Na operação, também são investigados a nomeação de funcionários fantasmas nomeados nos gabinetes e diretorias da Assembleia do Paraná.

A Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público do MP do Paraná informou que os inquéritos civis que tramitaram em relação ao caso Gafanhoto não incluíram a conta do atual senador e a participação da sua mãe no esquema e que por isso vai instaurar novo inquérito para apurar as novas denúncias.

Senador já admitiu

Souza já admitiu que recebia salários na sua conta em nome da mãe, que era funcionária no gabinete do ex-governador, seu padrinho político. Ele trabalhou por 12 anos como assessor do então deputado Pessuti e foi indicado por ele para ser suplente na chapa de Gleisi Hoffmann na eleição ao Senado, em 2010. Souza é filiado ao PMDB há 15 anos.

Souza disse, logo após tomar posse na terça-feira (14), que vê com tranquilidade as denúncias. Segundo o senador, o pagamento de salários da mãe pela sua conta ocorreu apenas por cerca de cinco meses. “Ela não se adaptou ao trabalho e depois saiu. Mas eu nunca fiquei com o dinheiro dela.”

Para o senador as denúncias não têm nenhuma importância. E que a situação é uma provação pela qual ele tem de passar. “Temos de provar para os amigos, para o meu Estado, para a nação, para o meu país que não há nada errado. Sou um senador jovem e tenho ideias novas. Não estou aqui para brincadeira”, afirmou.

Souza também disse que representa a renovação, não só para o Senado, mas para a política paranaense.