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"Itamar sempre teve um sentimento ético que faz falta no Brasil nesse momento", diz FHC

Rayder Bragon<br> Especial para o UOL Notícias

Em Belo Horizonte

04/07/2011 14h03

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta segunda-feira (4), após participar do velório de Itamar Franco, em Belo Horizonte, que já sente saudades do colega. Segundo ele, a morte do também ex-presidente e senador, com quem sempre teve uma relação muito estreita, foi um choque para ele. "As relações entre nós dois durante muitos anos foram, eu diria, entremeadas por brincadeiras um com o outro".

FHC também ressaltou que o ex-presidente "nunca se deixou fascinar pelo poder" e "sempre teve um sentimento ético que faz falta no Brasil nesse momento."

O tucano também agradeceu Itamar "por ter aberto espaço para um obscuro político, sociólogo, não economista e mal treinado pelo Itamaraty", referindo-se a si mesmo. Segundo FHC, foi um "ato de coragem" Itamar por tê-lo convocado para ser ministro da Fazenda em seu governo.

Ele lembrou ainda do Plano Real, que foi feito por uma equipe chefiada por FHC, e destacou o apoio "irrestrito" do então presidente da República para o sucesso da medida.

"Eu choro hoje, e o Brasil todo chora, a morte de Itamar. Ele ficará na nossa memória para sempre", declarou.

Participaram do velório, ao lado de FHC, o ex-governador José Serra, o senador Aécio Neves, o governador de Minas, Antonio Anastasia, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

"É um homem a quem o nosso país deve muito. O Congresso perdeu um grande parlamentar", disse Serra, que agradeceu o apoio que Itamar deu a ele em Minas Gerais durante a campanha de 2010.

Já Alckmin disse que o ex-presidente vai fazer muita falta, "mas ficam os exemplos de servir ao país e à população."

Outro que participou da despedida foi o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), que afirmou que o Brasil deve a Itamar a estabilidade econômica: "Porque a inflação não era uma doença da moeda, a inflação era um negócio e como tal tinha seus interesses centrais patrocinados pela própria Presidência de Republica. O Itamar, ao chegar à Presidência, refaz esses interesses, se põe ao lado da sociedade brasileira e, principalmente, da classe trabalhadora que era sobre quem pesava o ônus da inflação."

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