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PF cumpre mandados em caso de suposta fraude em vacinação de Bolsonaro

A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira (4) mandados de busca e apreensão para aprofundar a investigação de um esquema de fraudes em certificados de vacina contra a covid-19, que teria beneficiado o ex-presidente Jair Bolsonaro.

São cumpridos dois mandados de busca contra agentes públicos vinculados ao município de Duque de Caxias (RJ), suspeitos de participação na inserção de dados falsos de vacinação no sistema do governo federal.

Os alvos são o ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário de Mobilidade Urbana do governo estadual do Rio, Washington Reis (MDB-RJ), e a atual secretária de Saúde do município, Célia Serrano. O irmão de Washington, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), já era um dos investigados no caso.

É a segunda fase da Operação Venire, que havia sido deflagrada em maio do ano passado, com a prisão do tenente-coronel Mauro Cid.

O objetivo da PF é identificar novos beneficiários do esquema.

PF cumpre mandados de busca na casa do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis
PF cumpre mandados de busca na casa do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis Imagem: Reprodução de vídeo/GloboNews

A PGR (Procuradoria-Geral da República) havia solicitado à PF o aprofundamento das investigações após ter recebido o relatório final do caso das vacinas, em março deste ano. Por isso, a PF deflagrou esta nova apuração.

No relatório final, a PF havia indiciado o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros envolvidos nas fraudes em certificados de vacina. As investigações apontaram que o tenente-coronel Mauro Cid atuou com outras pessoas para inserir dados falsos de vacina da covid-19 nos sistemas do governo federal. Em sua delação premiada, Cid disse que a inserção de dados falsos dizendo que Bolsonaro havia se vacinado foi feita por ordem do próprio ex-presidente.

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Próximos passos

Após essa nova operação, a PF deve abrir uma nova investigação para analisar especificamente os dados da prefeitura de Duque de Caxias e tentar identificar novas suspeitas de inserção de dados fraudulentos.

Agora, a PF deve devolver o caso das fraudes de vacina envolvendo Jair Bolsonaro ao STF para que a PGR defina se apresenta denúncia contra o ex-presidente e continuar com as investigações apenas sobre Duque de Caxias.

O que dizem os envolvidos

Washington Reis publicou nota, em seu Instagram, dizendo que recebeu os agentes da PF em sua casa. "Como figura pública com mais de 32 anos de atuação política, estou ciente dos desafios enfrentados pelo nosso país em meio a uma polarização política intensa", escreveu. Reis classificou a operação como "covardia" em ano eleitoral.

A Prefeitura de Duque de Caxias informou que a segunda fase da operação Venire não teve como alvo nenhum órgão vinculado à municipalidade. "Com relação aos mandados dirigidos a pessoas físicas, a prefeitura não se manifestará considerando o sigilo que recobre os atos nesta manhã realizados."

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O UOL entrou em contato com a defesa de Jair Bolsonaro e aguarda posicionamento. Anteriormente, os advogados já negaram o envolvimento dele nos dados falsos de vacina e afirmaram, na época da conclusão das investigações, em março, que o ex-presidente não ordenou as fraudes e nunca se vacinou contra a covid-19.

O governo do Rio de Janeiro informou em nota que "não existe nada referente ao Governo do Rio na investigação e nem fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis". A operação da PF, continua a nota, tinha como alvo "único e exclusivo a obtenção de cartões de vacinação relacionados ao município de Duque de Caxias em 2022".

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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