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Blairo Maggi justifica recusa de cargo no ministério por impedimentos "legais e éticos"

Camila Campanerut<br> Do UOL Notícias

Em Brasília

11/07/2011 19h33Atualizada em 11/07/2011 20h04

Depois do suspense para oficializar a recusa do cargo de ministro dos Transportes, o senador Blairo Maggi (PR-MT) telefonou nesta segunda-feira (11) para a presidente da República, Dilma Rousseff, para justificar sua recusa em assumir a vaga deixada pelo correligionário Alfredo Nascimento (PR). 

“Eu tenho impedimentos legais e impedimentos, que eu diria, de ordem ética. A minha empresa é dona de uma companhia de navegação, da maior companhia de navegação do Brasil [a Hermasa], que transporta soja na hidrovia do Madeiro-Amazonas, já há 15 anos. E esta empresa vive em constante expansão em função dos novos corredores que são abertos na exportação de soja”, detalhou o parlamentar.

Maggi citou como exemplo a construção, no ano que vem, da BR-163, que permitirá transportar soja do norte do Mato Grosso até Santarém (PA), o que irá beneficiar seus negócios. “A nova via de navegação vai ser criada e, certamente, a minha companhia vai estar lá para participar deste momento e tudo isso depende de políticas reguladoras, depende de concessões que são feitas pela Antaq, que é vinculada ao Ministério dos Transportes, quando eu digo que é ético, é isto”, exemplificou. 

De acordo com Maggi, a presidente concordou a decisão dele. “Quando ela fez o convite, eu disse ‘eu acho que eu tenho impedimentos, eu vou levantar e vou trazer uma resposta’. No momento que eu disse à presidente [a resposta], ela disse: ‘você tem toda a razão, não tem como continuar’”, contou o senador.

Maggi disse ainda que na próxima quarta-feira (13) haveria uma reunião da liderança do partido para discutir um nome para a vaga, mas, minutos depois, o nome do ministro interino Paulo Sérgio Passos foi oficializado.