Em discurso no Planalto, Dilma defende ministros e ressalta que herança de governo Lula é "bendita"
Diante de denúncias envolvendo seus ministros e a saída de dois deles por suspeita de corrupção, a presidente Dilma Rousseff iniciou seu discurso na tarde desta segunda-feira (11) no Palácio do Planalto, em Brasília, fazendo a defesa de seus subordinados. Ela também contrariou aqueles que dizem que ela teria recebido uma “herança maldita do governo Lula”.
“Merecem meus cumprimentos os ministros ausentes: Mario Negromonte (Cidades), Pedro Novais (Turismo), Ana de Hollanda (Cultura), Orlando Silva (Esporte), Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário)”, afirmou a presidente durante a entrega do prêmio Anísio Teixeira de Educação. “Também gostaria de cumprimentar o ministro presente [se referindo a Fernando Haddad] de grande capacidade de execução e capacidade inequívoca de articular a política de educação do nosso país”, completou.
Em vários momentos de seu discurso, Dilma enalteceu a herança que recebeu de seu antecessor no Executivo e rebateu as críticas de que os ministros indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva --como Antonio Palocci (ex-Casa Civil), Alfredo Nascimento (ex-Transportes e da cota do PR), Haddad e Orlando Silva, que também foram ministros de Lula-- estariam causando “dor de cabeça” à atual gestora.
“Fico orgulho de saber que tenho uma herança bendita, que ganhei do governo Lula, uma herança que ajudei a contribuir e tenho muito orgulho dela”, disse. “Uma convicção que tenho é de que herdei o processo de construção de um programa de desenvolvimento para o Brasil”, reforçou.
Ao final da cerimônia, Dilma não quis conversar com os jornalistas nem se manifestar sobre quem será o nome a ocupar o cargo deixado por Alfredo Nascimento. Segundo a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o novo ministro será anunciado nos próximos dias.
Após reportagem da revista "Veja", que relatou suposto esquema de propinas no Ministério dos Transportes que beneficiariam o PR (partido ao qual pertence o então ministro Alfredo Nascimento e que comanda a pasta desde o governo Lula), Dilma afastou quatro dirigentes da cúpula do Ministério, incluindo Luís Antônio Pagot, diretor-geral do Dnit, e José Francisco das Neves, diretor-presidente da Valec.
Os outros afastados são Mauro Barbosa da Silva, chefe de gabinete de Nascimento, e Luís Tito Bonvini, assessor do gabinete do ministro.
O jornal "O Globo" também divulgou que a empresa do filho de Nascimento está sob investigação de enriquecimento ilícito após registrar um aumento patrimonial de 86.500% e de manter contato com empresas que têm negócios com o ministério. Além disso, foi divulgado que o engenheiro civil Mauro Barbosa da Silva, até a semana passada chefe de gabinete do ministro Alfredo Nascimento, está construindo uma mansão em Brasília com três pavimentos e 1.300 metros quadrados.
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