PSOL e PPS protocolam representação contra Valdemar Costa Neto no Conselho de Ética

O PSOL e PPS entraram na tarde desta quarta-feira (13) com um requerimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a abertura de uma investigação contra o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), citado em denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes –comandado há cerca de sete anos por seu partido.  

A ação foi baseada em reportagens das revistas “Veja” e “Istoé” sobre empreiteiros que pagariam “pedágio político de 4% sobre o valor das faturas recebidas” em obras da pasta. A maior parte dos recursos seria destinada aos cofres da direção nacional do PR, legenda comandada pelo ex-ministro Alfredo Nascimento e pelo próprio Valdemar Costa Neto, que é presidente de honra da legenda.

Mesmo com a entrada do pedido, o caso só será julgado no conselho no próximo semestre. Os parlamentares entram em recesso na próxima segunda-feira (18) e só voltam às atividades em Brasília em 1º de agosto.

Os partidos pedem que sejam ouvidas pessoas relacionadas com o caso, entre elas o atual ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, o deputado federal Davi Alves Silva Júnior; o secretário parlamentar do deputado Federal Davi, Edilson Neves de Oliveira, o diretor-geral licenciado do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), Luiz Antônio Pagot, e os outros três servidores afastados da pasta: ex-chefe de gabinete do ministro dos Transporte, Mauro Barbosa, o ex-diretor de engenharia da Valec, Luiz Carlos Oliveira Machado, e o assessor do ministério, Luiz Tito Barbosa.

Costa Neto é um dos 36 réus do caso mensalão, escândalo do governo Lula em que parlamentares teriam recebido propina para votar a favor de projetos de interesse do então presidente petista. A previsão é de que o julgamento do caso no STF (Supremo Tribunal Federal) seja apenas no ano que vem.

O caso

Depois da divulgação de suposto esquema de propinas no Ministério dos Transportes e do afastamento de quatro servidores da pasta, a posição de Alfredo Nascimento ficou ainda mais insustentável com a reportagem do jornal "O Globo" sobre a empresa do filho dele, que está sob investigação de enriquecimento ilícito após registrar um aumento patrimonial de 86.500%.

Nascimento saiu do cargo no último dia 6 e, na segunda-feira (11), a presidente Dilma Rousseff convidou o interino no cargo, o então secretário-executivo Paulo Sérgio Passos (PR) para substituí-lo.