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Novo ministro da Agricultura elogia antecessor apesar de denúncias

Maurício Savarese

Do UOL Notícias <br> Em Brasília

18/08/2011 12h47

Indicado pelo PMDB nesta quinta-feira (18) para suceder Wagner Rossi no Ministério da Agricultura, o deputado federal Mendes Ribeiro elogiou o antecessor apesar da série de denúncias de má gestão e de corrupção envolvendo sua gestão na pasta. Na expectativa de tomar posse na segunda-feira (22), ele diz ter conversado brevemente com a presidente Dilma Rousseff sobre sua futura função.

“Admiro o Wagner, fez um trabalho extraordinário”, afirmou Mendes Ribeiro, que evitou se comprometer com as investigações na pasta. “Quem faz a investigação são os órgãos investigativos. Eu tenho que tratar da agricultura do Brasil, de números. Eu tenho que olhar para frente”, completou o peemedebista, que era líder do governo no Congresso e é aliado de primeira hora de Dilma no Rio Grande do Sul.

A Polícia Federal tinha informado nesta quarta-feira que estava investigando as denúncias de irregularidades na pasta, publicadas pela imprensa. A mais recente delas, do jornal “Correio Braziliense”, acusou Rossi de viajar em jatos de uma empresa que tem contratos com o governo. O Código de Ética Pública veta essa possibilidade. O agora ex-ministro admitiu a prática “por umas três, quatro vezes”.

O novo ministro tampouco indicou que seguirá na pasta uma “faxina”, nos moldes da que demitiu quase 30 funcionários do Ministério dos Transportes nas últimas semanas. Questionado se tratará do tema com a presidente, respondeu: “Eu vou é falar de agricultura”. Ele foi indicado para o cargo pelo vice-presidente, Michel Temer.

Queda do antecessor

Para a queda de Rossi, também contribuiu a denúncia da revista “Veja” sobre a ação livre de um lobista de empresas agropecuárias junto ao peemedebista, gerando suspeitas sobre processos licitatórios da pasta. Isso causou a saída de seu número dois, o secretário-executivo Milton Ortolan.

Rossi também foi envolvido nas denúncias na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Uma empresa teria conseguido uma suspeita restituição de quase R$ 100 milhões por conta de um imposto ligado à compra de leite em pó.

Em depoimentos a parlamentares, o então ministro chamou as informações de “denuncismo”. Rossi, entretanto, foi poupado de questionamentos mais duros, em grande parte por conta da base aliada do governo Dilma.