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Ministro do Turismo nega investimento maior no Maranhão

Camila Campanerut

Do UOL Notícias <br> Em Brasília

23/08/2011 17h24Atualizada em 23/08/2011 17h45

O ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB) nega que o Maranhão - Estado que o elegeu deputado federal e de onde tem como padrinho o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - seja a unidade da federação mais beneficiada por suas “canetadas” no comando da pasta e em emendas da época em que era parlamentar. 

Segundo o peemedebista, o Estado teria para receber R$ 40 milhões, dos quais parte, R$ 18 milhões, seriam destinados para a CAF (Corporação Andina de Fomento) e R$ 12 milhões do ministério – deste montante apenas R$ 3,3 milhões foram empenhados [destinados para esta finalidade]. Contudo, nas palavras do ministro, apenas R$ 863 mil em “dinheiro vivo” chegaram aos maranhenses. Ainda assim, os números citados pelo ministro não fecham a conta. Faltou detalhar as contrapartidas estaduais e municipais para a realização do empreendimento.

Durante sua exposição aos senadores, o ministro repetiu exatamente os dados informados aos deputados na semana passada durante sessão realizada com a mesma finalidade.
 
Com relação à denúncia da Folha de S.Paulo, sobre a construção de uma ponte em Barra do Corda (450 km ao sul de São Luís), Novais negou que a licitação já tenha sido feita. De acordo com o jornal, a licitação da obra foi vencida pela Planmetas Construções e Serviços, cuja sede fica em um apartamento e que tem registro falso. Para tal empreendimento, Novais destinou R$ 1 milhão como emenda parlamentar.

“Coloquei emenda de R$ 1 milhão? Coloquei. Só que não é verdade que a empresa X, Y ou Z vá fazer aquela ponte porque não houve licitação. Não saiu um centavo de recurso do ministério, que só vai sair quando a Caixa [Econômica Federal] disser que está pronto para ser iniciado”, afirmou o ministro em audiência no Senado Federal.

De acordo com a assessoria do ministério, Novais se equivocou ao tentar explicar a denúncia. A assessoria de imprensa confirma que a licitação já foi feita, mas é de responsabilidade da prefeitura da cidade beneficiada pela obra, e a fiscalização seria feita pela Caixa que, com as denúncias, teria bloqueado os valores.
 
O ministro admitiu que há um “gargalo” na pasta no que se refere à fiscalização das atividades, na qual conta com o apoio da Caixa para a fiscalização de obras e o ministério fica com fiscalização de outros eventos, como festas e festivais regionais.
 
Novais destacou que apenas este ano já foram anulados R$ 19 milhões em investimentos empenhados do ministério e que uma força-tarefa está sendo feita com os servidores da pasta para analisar todos os convênios firmados.

Permanência

A permanência dele no cargo está sendo debatida no Planalto. Alguns peemedebistas já manifestaram insatisfação com a manutenção dele no posto por defender que a crise faria a legenda perder espaço e ter a imagem manchada frente à opinião pública.

Já o presidente nacional da legenda, o senador Valdir Raupp (RO) nega a divergência interna. "Não é parte do partido [que quer a saída dele], é um deputado que disse isso. Não creio que seja a opinião da maioria da bancada. Ele é indicado pela bancada. Enquanto a maioria não tirar este apoio, ele fica", afirmou.