Ministro do Turismo se contenta com apoio de maioria da bancada do PMDB para permanecer no cargo
Em entrevista coletiva concedida após a audiência no Senado para explicar denúncias de irregularidades no Ministério do Turismo, o ministro Pedro Novais afirmou que se contenta em permanecer no cargo com o apoio da maioria da bancada do PMDB, e não precisa de unanimidade.
“Tenho lido na imprensa que tem alguns rumores de insatisfação na bancada do PMDB não só em relação ao ministro, mas também com relação às atividades dentro da bancada e, muitas vezes, incluindo o líder [da bancada na Câmara] Henrique Eduardo Alves (RN). Quanto a mim, não pretendo, até gostaria, mas não tenho a vaidade de dizer que tenho a unanimidade, ficarei feliz como estou agora de ter a maioria” disse o ministro.
Alguns peemedebistas já manifestaram insatisfação com a manutenção dele no posto por defender que a crise faria a legenda perder espaço e ter a imagem manchada frente à opinião pública. Já o presidente nacional da legenda, o senador Valdir Raupp (RO) nega a divergência interna. "Não é parte do partido [que quer a saída dele], é um deputado que disse isso. Não creio que seja a opinião da maioria da da bancada. Ele é indicado pela bancada. Enquanto a maioria não tirar este apoio, ele fica", afirmou.
Loteamento de cargos é causa da corrupção, alega oposição
Durante a audiência, questionado se ele avalia que os ex-ministros da pasta deveriam ser investigados, Novais apenas disse que não gostaria de se pronunciar e que responde apenas pela gestão dele.
Ao falar das irregularidades, o ministro peemedebista apontou seus antecessores como culpados. “As irregularidades são das administrações anteriores a 31 de dezembro de 2010”, resumiu o peemedebista em reposta aos parlamentares.
Novais se refere a Luiz Barreto Filho e a Marta Suplicy, ambos ligados ao PT. Luiz Barreto Filho foi ministro do Turismo de 2008 a 2010, e sucedeu a atual senadora petista. Marta assumiu o posto no segundo mandato de Lula em 2007, mas saiu no primeiro trimestre de 2008. Antes de Marta, o ministério criado em 2003 teve como titular Walfrido dos Mares Guia Neto, que ficou até 2007.
No segundo mandato de Lula, Mares Guia foi direcionado para a pasta das Relações Institucionais e renunciou ao cargo no fim de 2007, acusado de participar do esquema conhecido como "mensalão tucano" - o escândalo de corrupção que teria ocorrido na campanha para a eleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) em 1998, que incluia suposto financiamento irregular com recursos públicos e doações privadas ilegais. Diferentemente de seus dois sucessores, Mares Guia não era petista, mas pertencia à bancada mineira do PTB.
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