Presença maciça de ministros marca desfile de 7 de setembro em Brasília
Em seu primeiro 7 de Setembro como presidente da República, Dilma Rousseff foi recebida nesta quarta-feira (7) por quase todo seu amplo quadro ministerial e familiares. Ela chegou pontualmente às 9h para o seu desfile no Rolls Royce preto da Presidência, que já havia sido usado por seu antecessor na mesma ocasião.
Sua filha Paula e o neto Gabriel ficaram ao lado da chefe do Executivo durante toda a apresentação. Antes de se posicionar em frente à rua, Dilma cumprimentou com apertos de mão, abraços e beijos todos os ministros, parlamentares, magistrados presentes.
O clima harmosioso entre os presentes não lembrava nem de longe a crise em pelo menos quatro ministérios. Desde que a faxina começou, quatro titulares caíram: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura) e Nelson Jobim (Defesa). Nenhum deles compareceu ao desfile.
Antes da passagem da presidente, a fanfarra do 1º regimento de Cavalaria de Guardas dos Dragões da Independência animava o público ao tocar canções populares de ritmos que iam do sertanejo ao axé, incluindo músicas famosas de Luan Santana, Jorge e Mateus, Paula Fernandes e Ivete Sangalo.
Dilma chegou em carro aberto e foi aplaudida pelo público que lota as arquibancadas. Ao descer do carro, foi recebida pelo governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e pelo ministro da Defesa, Celso Amorim.
A cerimônia não conta com autoridades estrangeiras e ficou cerca de R$ 100 mil mais barata em relação ao ano passado. A expectativa é reunir um público de 35 mil pessoas para acompanhar as apresentações civis e militares e a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça.
O tema desta edição é “Construir um Brasil que avança está em nossas mãos”. O nadador brasileiro Cesar Cielo carregou a tocha do fogo simbólico e acendeu a pira para o início do trajeto de 2 quilômetros. Ele estava acompanhado da nadadora Ana Marcela Cunha.
Em 2010, a cerimônia já havia sido mais modesta em comparação ao ano anterior. Em 2009, Ano da França no Brasil, o presidente francês Nicolas Sarkozy esteve presente na cerimônia. Já em 2008, foi a vez da líder argentina Cristina Kirchner acompanhar Lula na ocasião. O custo do evento deste ano ficou em R$ 899.960 e está sob responsabilidade da empresa Cia. João Palestino, escolhida por meio de pregão eletrônico.
A infraestrutura inclui arquibancadas cobertas para 20 mil pessoas, tribunas para autoridades e mil convidados, sistema de som, três telões, 300 banheiros químicos, 35 pontos de distribuição de água e 15 postos de atendimento da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Manifestações paralelas
Em paralelo à programação oficial, estão previstas duas manifestações na capital federal: o Grito dos Excluídos e a Marcha contra a Corrupção.
Nesta 17ª edição, o Grito dos Excluídos intitulou o ato como “Pela vida, grita a Terra! Por Direitos, todos nós!”. O grupo é formado por integrantes de movimentos sociais que pedem apoio ao governo para assuntos que vão de reforma agrária ao cumprimento do pagamento de piso salarial aos professores.
O “Grito” terá três frentes no Distrito Federal: em Brazlândia, com concentração na Praça do Lago às 7h30, em Ceilândia, às 15h no Sol Nascente, e em Planaltina, às 7h30 em frente ao campus do IFB (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília).
No Plano Piloto, onde está marcado o desfile oficial e a Marcha contra a Corrupção, os integrantes do “Grito” pretendem apoiar a marcha que critica os recentes escândalos políticos do país –como as denúncias de corrupção nos ministérios e a absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), depois de ser flagrada recebendo dinheiro do pivô do mensalão do DEM, o ex-secretário Durval Barbosa.
A “marcha contra a corrupção” foi organizado via internet pela rede social, Facebook, e tem até o momento mais de 23 mil pessoas que confirmaram presença. A orientação dos organizadores é de fazer uma manifestação pacífica dos "que já cansaram de viver em um país explorados por corruptos que fazem que a nação não cresça e o povo fique desemparado". A concentração dos manifestantes será às 10h em frente ao Museu Nacional.
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