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Paulinho acusa PT de "ajudar a organizar" saída de Lupi; Vaccarezza chama de injustiça

Camila Campanerut

Do UOL Notícias, em Brasília

05/12/2011 18h45Atualizada em 05/12/2011 18h46

O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), mais conhecido como o Paulinho da Força Sindical, afirmou nesta segunda-feira (5) que a saída do ministro Carlos Lupi do Ministério do Trabalho teve influência do PT.

“Eu fiz todo um levantamento do que aconteceu e eu tenho certeza que tem gente do PT [querendo a pasta], tanto é que a Marília [Muricy], por exemplo, era secretária do Jaques Wagner [governador da Bahia, filiado ao PT]”, afirmou o deputado em relação à relatora do caso do ex-ministro Carlos Lupi na Comissão de Ética da Presidência da República – que recomendou sua exoneração no final de novembro. 

Na avaliação do parlamentar, Marília Muricy foi “sem dúvida” influenciada pelos petistas a sugerir a exoneração de Lupi. “Não tenho nem dúvida que foi [influenciada], porque ela era secretária [de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos] do [governo] Jaques Wagner.”

Lupi saiu do cargo após ser acusado de ser funcionário-fantasma no Rio de Janeiro e em Brasília, de usar o jatinho de um empresário e de ter permitido um esquema de propina por meio de repasses de ONGs no ministério. Ele nega todas as acusações.

“Tem gente do PT que ajudou a organizar a saída do ministro Lupi, mas vamos deixar isso para lá e deixar a Dilma decidir”, completou o deputado pedetista.

PT diz que é “injustiça”

Para o líder do governo da Câmara dos Deputados, o petista Cândido Vaccarezza (SP), a suspeita de que o PT teria participação na queda de Lupi é uma “injustiça” contra a legenda.

“Não tem nenhum cabimento isso. É uma injustiça. Eu defendi mais o ministro do que qualquer um do PDT e eu sou filiado ao PT. Não se constrói com este tipo de discussão. O Paulinho está procurando pelo em ovo”, disse Vaccarezza. 

Procurado pela reportagem, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, preferiu não comentar a afirmação do deputado pedetista.

A Comissão de Ética da Presidência da República também foi procurada para comentar o assunto, mas informou que a manifestação só partiria da relatora, caso ela sentisse necessidade de responder às afirmações de Paulinho. Ela não foi encontrada pela reportagem.