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Em meio a protesto, ex-ministro Carlos Lupi reassume presidência do PDT

Rodrigo Teixeira

Do UOL*, no Rio de Janeiro

09/01/2012 20h20

O ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi reassumiu nesta segunda-feira (9) a presidência nacional do PDT. Ele estava licenciado desde 2008, quando foi indicado para o Ministério do Trabalho. Lupi deixou o comando da pastas no início de dezembro, depois de enfrentar uma série de acusações envolvendo repasses para ONGs.

A reunião da executiva do partido que precedeu a recondução de Lupi ao cargo foi marcada por protestos de integrantes do Movimento de Resistência Leonel Brizola (MRLB). Cartazes pediam “ética” no partido e afirmavam que Lupi “não tem condições morais” para presidir a legenda.

Ele foi reeleito em convenção feita no ano passado, mas estava licenciado desde 2008, quando foi indicado para o Ministério do Trabalho.

A reunião que definiu a volta de Lupi à presidência do PDT foi marcada por protesto do lado de fora da sede do partido, no centro da capital fluminense. Cerca de 50 integrantes do Movimento de Resistência Leonel Brizola (MRLB) se manifestaram contra a volta de Lupi com faixas e cartazes. Houve princípio de confusão entre militantes do MRLB e aliados de Lupi.

“Esta reunião que coloca o Lupi como presidente é um ato espúrio, uma indecência, querem lotear o PDT e transformá-lo em balcão de negócios, é preciso compostura e seriedade, coisa que o Lupi já deixou de ter há muito tempo” disse o deputado Paulo Ramos (RJ).

“Membro da “resistência”, o sindicalista Fernando Bandeira, sugeriu a saída imediata de Lupi do cargo: “ ele não tem moral para continuar a ocupar o cargo, precisa ser investigado pelo conselho de ética do partido, para ver se de fato acumulava cargos na função pública, não podemos deixar que o legado de Brizola seja leiloado e o PDT se transforme em balcão de negócios”.

Houve confusão quando os manifestantes tentaram entrar na sede do partido para afixar cartazes contra o ex-ministro e foram impedidos.

O deputado federal Miro Teixeira disse que Lupi “tem o mandato e a prerrogativa de se declarar apto ou não para voltar à presidência da legenda”. “O que foi proposto é que as eleições para o comando do PDT sejam diretas”.

Lupi foi reeleito em convenção realizada no ano passado. Seu mandato vai até março do ano que vem. Ao ser questionado sobre reeleição, disse que o assunto será discutido em convenção nacional marcada para o próximo dia 30.

O ex-ministro disse que sua preocupação agora é estruturar o partido para as eleições municipais. “No Rio vamos apoiar o Eduardo Paes, mas também tem as cidades de São Gonçalo, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Volta Redonda, Itaguaí, Itaboraí, locais onde teremos candidatos próprios a prefeito”.

*Com informações da Agência Brasil